4 de maio de 2018

Inauguração da Casa da Inquisição e livro de Jorge Martins adiados para o início de 2019

A inauguração e abertura da Casa da Inquisição, o projeto de musealização destinado à Casa do Morgado, na Rua Nova, que chegou a estar oficialmente agendada para amanhã dia 5 de Maio foi adiada para o início do próximo ano, “em data simbólica para Castelo de Vide e para o País”, segundo adiantou o Presidente da Câmara Municipal ao NCV.
Para António Pita, "a obra está concluída e temos os conteúdos seleccionados, bem como o programa definido. Dada a qualidade da intervenção e características do edifício será utilizado num importante projecto cinematográfico que brevemente será divulgado à comunicação social". Este projeto cinematográfico poderá ser ou a rodagem do filme "O Último Cabalista de Lisboa" prevista para Junho ou da série televisiva "O Nosso Consul em Havana".
Mas Jorge Martins referiu-nos que "ainda bem que desistiram de inaugurar o museu. Pelos caminhos que estava a levar, segundo me constou, ficaria muito aquém das 20 salas musealizadas, cujos conteúdos entreguei há cerca de um ano".
Lançamento de livro também adiado
Também adiado “para data oportunamente a anunciar“ está o lançamento do livro do professor Jorge Martins sobre “Os Judeus de Castelo de Vide”, que também esteve anunciado para a mesma data. O autor é simultaneamente o autor do projeto de musealização das 20 salas da Casa da Inquisição, cujos conteúdos foram por ele entregues à Câmara Municipal desde há cerca de um ano.
De acordo com António Pita, “o livro esteve pendente de procedimentos orçamentais face a um inesperado surgimento de várias propostas de publicações sobre Castelo de Vide que entretanto surgiram, as quais saudamos!”. 
O NCV soube entretanto que o livro de Jorge Martins também está pronto desde Julho do ano passado e foi entregue à Editora Âncora, aguardando apenas a autorização do autor para ser produzido e editado.
Autor acusa Câmara Municipal
Contactado pelo NCV, Jorge Martins referiu que "na verdade, a Câmara de Castelo de Vide não cumpriu as suas obrigações, não só em relação ao livro como ao projeto de museu da Inquisição, pelo que o livro não será publicado e espero que o meu nome não apareça associado ao eventual museu, que também ouvi dizer que seria inaugurado em Maio".
O Professor Jorge Martins é doutorado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e professor de História desde 1978. Membro do Conselho Consultivo da Rede de Judiarias de Portugal, é investigador do Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE e director da coleção “Sefarad” da editora Nova Vega (Lisboa).
Tem exercido actividade de formador em centros de formação de professores e é autor de diversos manuais escolares, obras de ficção e ensaio, designadamente, sobre história contemporânea e história local. © NCV

1 comentário:

Jorge Martins disse...

Obviamente, deve tratar-se de outro museu e de outro livro que não os meus. O meu livro já não será editado e o museu não será o meu, embora preveja que se aproveitem do meu trabalho aleatória e parcialmente, sem a minha autorização. Jorge Martins