Amin Maalouf (Beirute, Líbano, 1949) é um escritor libanês com nacionalidade francesa e um dos nomes cimeiros da literatura contemporânea. Jornalista e repórter, realizou missões, nesta qualidade, em mais de sessenta países. Foi chefe de redacção e editorialista do jornal “Jeune Afrique” e é, desde 2011, membro da Academia Francesa. Dedicado especialmente à ficção (romances e contos), assinou também importantes trabalhos ensaísticos. Foi agraciado com alguns dos mais importantes prémios literários (Goncourt, Príncipe das Astúrias, entre outros).
“As Cruzadas Vistas Pelos Árabes” é um ensaio, ou livro de história, que inverte o tradicional discurso ocidental relativamente às cruzadas. Apoiado em fontes documentais e cronistas árabes, este livro percorre, de forma fluida e com uma escrita atraente, sem deixar de ser rigorosa, toda a história das cruzadas do ponto de vista daqueles (os árabes) que foram invadidos e atacados, desmontando muitos mitos que se consolidaram na narrativa cristã. Trata-se de um livro de história, escrito por um romancista, que se lê como um livro de aventuras.
“E na sexta-feira 2 de Outubro de 1187, o 27 de Rajab do ano 583 da Hégira, o próprio dia em que os muçulmanos festejam a viagem nocturna do Profeta a Jerusalém, Saladino faz a sua entrada solene na cidade santa. Os seus emires e os seus soldados têm ordens rigorosas: nenhum cristão, seja ele franco ou oriental, deve ser inquietado. De facto, não haverá massacre nem pilhagem. Alguns fanáticos reclamaram a destruição da igreja do Santo Sepulcro à laia de represália contra as exacções cometidas pelos Franj, mas Saladino balda-lhes os intentos. Muito pelo contrário, ele reforça a guarda aos lugares de culto e anuncia que os próprios Franj poderão vir em peregrinação sempre que o desejarem”. © BMCV/NCV
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