A CIMAA –
Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo distribuiu ontem ao final da tarde
um comunicado com a posição do seu presidente do Conselho Executivo, Armando Varela
(PSD) , em que este dirigente regional se opõe ao encerramento das extensões de
saúde no Alto Alentejo. É esse texto que o NCV a seguir publica na íntegra.
A Redacção
“O Presidente do Conselho de Executivo da
Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo opõe-se publicamente ao encerramento
de treze extensões de saúde no distrito de Portalegre.
O Conselho de Administração da Unidade Local de
Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), reunido no passado dia 3 de Outubro, decidiu
encerrar, já a partir de dia 1 de Novembro, as extensões de saúde de Arez,
Monte Claro, Salavessa, Pé da Serra e Velada, no concelho de Nisa; Escusa,
Galegos e Alvarrões, em Marvão; Pisão, no concelho do Crato; Ouguela, em Campo Maior ; e ainda as
extensões de Maranhão, Valongo e Alcórrego, em Avis.
Armando Varela, presidente do CE da CIMAA,
considera esta decisão de extrema gravidade, prejudicando severamente as
populações em causa. A
falta de transportes públicos e as grandes distâncias são apontadas como as
principais razões para a sua não concordância com as medidas anunciadas pela
ULSNA. Num distrito com elevada percentagem de população idosa, encerrar as
extensões de saúde sem a garantia de transportes alternativos que permitam aos
utentes o acesso ao Serviço Nacional de Saúde terá consequências graves, afectando
consideravelmente a qualidade de vida das populações.
Atendendo às especificidades da região do Alto
Alentejo, onde o índice de envelhecimento é extremamente elevado e notórios os problemas
socioeconómicos, torna-se difícil que parte significativa da população tenha asseguradas
condições de acesso a um bem fundamental. O Presidente do Conselho Executivo da
CIMAA receia, inclusive, que, em virtude das dificuldades, possa haver quem dispense
cuidados médicos essenciais para o seu bem-estar, podendo até por em risco a
sua saúde ou a própria vida.
O Presidente do CE da CIMAA teme igualmente que
as medidas em causa acentuem as desigualdades entre os distritos do interior e
do litoral do país, contribuído para o despovoamento das regiões em causa. Lamenta
ainda a falta de diálogo entre a ULSNA e os presidentes das Câmaras Municipais
dos concelhos ora afectados de forma a que atempadamente fosse possível
garantir soluções.
A resolução das graves dificuldades que o Pais atravessa,
nomeadamente na área da Saúde no Alto Alentejo, deve sempre passar pelo diálogo
com as pessoas e não contra essas mesmas pessoas.
O Alto Alentejo também é Portugal, o Alto
Alentejo merece mais, o Alto Alentejo merece melhor”. © NCV
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