Foi com um misto de indignação, mágoa e algum desencanto que, na manhã de segunda-feira de Páscoa, ao abrir a janela do quarto, me deparei com uma grande azáfama na rua, ficando surpresa quando me informaram que decorria a inauguração do nome da rua onde resido. Mais admirada fiquei quando saí de casa e verifiquei que não era só eu que desconhecia tal cerimónia mas também a maioria dos vizinhos.
Demonstrei, nesse mesmo dia, o meu desagrado, nomeadamente ao senhor Presidente da Câmara, perguntando a razão pela qual não foram avisados os moradores do bairro de tão importante acontecimento. Obtive como resposta que nos outros bairros, os moradores também não tinham sido informados individualmente e que tal facto não era importante pois essa informação estava disponível no edital.
Se não era importante dar conhecimento personalizado, então porque foi referido no jornal "Fonte Nova", na sua edição de 10 de Abril, que a cerimónia foi "um acto que se cingiu especialmente aos moradores do Bairro da Muralha ", quando só dois ou três tiveram conhecimento do mesmo? Acrescenta, ainda, o mesmo bissemanário, que os moradores "participaram com muito agrado e satisfação na cerimónia de descerramento das placas toponímicas no bairro ." Agora pergunto, que moradores?
O caricato episódio culminou, de forma ridícula, no dia 19 de Abril!!, quando recebi uma carta do município de Castelo de Vide, dirigida, aliás, a todos os moradores do Bairro da Muralha, contendo um folheto da toponímia do bairro e informando que, no passado dia 9 daquele mês, tinha decorrido a cerimónia da sua implementação.
É notório que o procedimento para com os moradores do bairro enfermou de alguma negligência de quem de direito!
Glória Lindo
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