No âmbito das Comemorações do Centenário da República para o Município de Castelo de Vide, decorreu no último sábado mais uma palestra do Ciclo de Conferências "O Ideário Republicano versus O Municipalismo Português".
O
orador foi António Ventura, Professor Catedrático do
Departamento de História da Faculdade de Letras de Lisboa, que
abordou um dos períodos mais conturbados da história do
nosso país, sob o tema "Centralização e
Descentralização na I República".
Afirmando
que estas Comemorações "devem servir para
estudarmos mais aprofundadamente essa época, e não
perdermos muito tempo com aqueles maniqueísmos que não
interessam a ninguém", António Ventura referiu o
ano de 1910 como "um ponto de partida e um ponto de chegada"
para o nosso país.
Como
disse o orador, naquela altura "a grande maioria dos portugueses
apercebia-se que as coisas não estavam bem" e quando
assim é, "quando as pessoas têm a sensação
que a vida não está bem, aceitam facilmente uma
mudança". E foi precisamente isso que se viu em 1926 e em
1974, em que a população "depositava uma enorme
dose de esperança na mudança", afirmou .
Referindo-se
concretamente à Revolução de 5 de Outubro de
1910, António Ventura foi peremptório ao aclarar que "a
República foi feita, não pela força dos
republicanos, mas pela inactividade dos monárquicos".
A
sessão prolongou-se praticamente por duas horas, tempo em que
António Ventura captou as atenções da plateia
evocando episódios dos 16 anos em que durou a I República
Portuguesa, e durante os quais houve oito Presidentes da República,
45 governos e sete Parlamentos. ©
NCV/GCP
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