7 de outubro de 2010

Exposição no Museu do Bordado e do Barro
sobre “O Casamento em Nisa”


No Museu do Bordado e do Barro - Núcleo Central (edifício da Cadeia Nova) está patente, até 15 de Janeiro, a exposição “ O Casamento em Nisa … Um Baú Cheio de Recordações”.
A exposição tem como tema os casamentos tradicionais em Nisa e pretende abrir o baú das recordações e das memórias que alguns ainda têm sobre a festa do casamento, tal como ela existia há umas décadas atrás. Estão expostas peças da colecção do Museu e algumas cedidas por particulares, nomeadamente alfaias domésticas e bordados.
São apresentados e ilustrados alguns dos aspectos mais características desta celebração, nomeadamente o cortejo (da casa dos noivos até à igreja e da igreja até ao local do copo de água), o enxoval da noiva e a “casa da festa”, o “quintal da festa” e o “descante”.
Segundo uma nota da Autarquia nisense, na véspera do dia do casamento, a “casa da festa” era aberta aos convidados que podiam apreciar as mobílias, as loiças, os utensílios domésticos e todo o enxoval dos noivos. Em Nisa, a noiva iniciava desde muito jovem, a elaboração do seu enxoval que era exposto na “casa da festa” onde se destacava o quarto com a chamada “cama grave” que apresentava a parte mais significativa do enxoval com lençóis, almofadas, colchas e cobertores, que exibiam alinhavados, rendas de bilros, bordados e aplicações em feltro. O enxoval, muitas vezes, era vendido, sendo a receita obtida utilizada como contributo para a compra da casa do jovem casal.
No “quintal da festa”, ao longo do dia da boda eram servidos aos convidados o almoço, com sopas de sarapatel e, à tarde, “sopas de afogado” (ensopado de borrego).
Os noivos viam a noite de núpcias interrompida pelo “descante” - uma serenata onde amigos, numa melodia tradicional, entoavam versos que descreviam o historial dos noivos e do namoro e formulava os votos de felicidade. Era reclamada a vinda dos noivos à janela, e que fosse servida alguma bebida. © NCV 

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