No Museu do Bordado e do Barro - Núcleo
Central (edifício da Cadeia Nova) está patente, até 15 de Janeiro, a exposição
“ O Casamento em Nisa … Um Baú Cheio de Recordações”.
A exposição tem como tema os casamentos
tradicionais em Nisa e pretende abrir o baú das recordações e das memórias que
alguns ainda têm sobre a festa do casamento, tal como ela existia há umas
décadas atrás. Estão expostas peças da colecção do Museu e algumas cedidas por
particulares, nomeadamente alfaias domésticas e bordados.
São apresentados e ilustrados alguns dos aspectos
mais características desta celebração, nomeadamente o cortejo (da casa dos
noivos até à igreja e da igreja até ao local do copo de água), o enxoval da
noiva e a “casa da festa”, o “quintal da festa” e o “descante”.
Segundo uma nota da Autarquia nisense, na
véspera do dia do casamento, a “casa da festa” era aberta aos convidados que
podiam apreciar as mobílias, as loiças, os utensílios domésticos e todo o
enxoval dos noivos. Em Nisa, a noiva iniciava desde muito jovem, a elaboração
do seu enxoval que era exposto na “casa da festa” onde se destacava o quarto
com a chamada “cama grave” que apresentava a parte mais significativa do
enxoval com lençóis, almofadas, colchas e cobertores, que exibiam alinhavados,
rendas de bilros, bordados e aplicações em feltro. O enxoval, muitas vezes, era vendido,
sendo a receita obtida utilizada como contributo para a compra da casa do jovem
casal.
No “quintal da festa”, ao longo do dia da
boda eram servidos aos convidados o almoço, com sopas de sarapatel e, à tarde, “sopas
de afogado” (ensopado de borrego).
Os noivos viam a noite de núpcias interrompida
pelo “descante” - uma serenata onde amigos, numa melodia tradicional, entoavam
versos que descreviam o historial dos noivos e do namoro e formulava os votos
de felicidade. Era reclamada a vinda dos noivos à janela, e que fosse servida
alguma bebida. © NCV
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