25 de outubro de 2011

Deputado Pedro Marques preocupado com a continuidade dos serviços de saúde no distrito

Quatro especialidades do Hospital de Portalegre podem deixar de funcionar por falta de médicos, a partir de 1 de novembro, denunciou (ontem) o deputado socialista Pedro Marques, que exigiu a adoção de medidas pelo Ministério da Saúde.
Em causa está a alegada falta de verbas da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) para que possa proceder a contratações, no exterior, de especialistas para as áreas de anestesia, urgências, obstetrícia e cuidados intensivos. 
“Estou preocupado, porque, se o despacho do Ministério da Saúde não for produzido rapidamente, pode estar em causa o funcionamento destes serviços”, disse o deputado socialista, eleito por Portalegre, em declarações à agência Lusa. 
“Fiquei com muitas preocupações com os serviços de saúde no distrito, pois as dúvidas são mais que as certezas”, refere o deputado pelo circulo em nota no Facebook. 
“A única certeza é que tudo isto começou em despachos do mnistro da Saúde com o objectivo único de cortar custos. Vamos ver como acaba,e se há sensibilidade para os custos da interioridade...”. Pedro Marques sublinha ainda que “a Saúde é matéria a acompanhar de perto nos próximos tempos”. 
O Ministério da Saúde, através do Despacho n.º 10 428/ de 18 agosto de 2011, determina um teto máximo para a contratação de médicos especialistas, mas, segundo o deputado do PS, a ULSNA não está a conseguir fechar contratos com os clínicos porque os valores são “inferiores” aos solicitados pelos médicos. 
Nesse sentido, adiantou ainda o deputado, a ULSNA aguarda a chegada de um despacho que a autorize a celebrar os contratos dentro de outros valores que possam vir a ser acordados. 
“Há 20 dias que não é produzido qualquer despacho e não é dada informação, nem pelo ministro da Saúde, nem pelo secretário de Estado", acrescentou Pedro Marques. 
“Procurar eficiência (Governo) não é por em causa o funcionamento de serviços tão importantes como as urgências ou a maternidade”, disse. 
“Procurar eficiência é importante, mas para contratar um médico que não seja dos quadros do hospital, não se pode pensar que se pode contratar como num hospital de Lisboa ou do Porto, ao mesmo preço, que se contrata para Portalegre”, sustentou. 
Para Pedro Marques, os custos são mais elevados “porque o médico que tenha que vir fazer serviço a Portalegre tem que se deslocar, tem que ter alojamento, alimentação, tem um conjunto de custos que fazem diferença”. 
“Os custos da interioridade são isto mesmo e os despachos cegos e as medidas cegas e únicas para todo o território têm estas consequências”, acusou. 
Contactado pela Lusa, o gabinete de comunicação da ULSNA referiu que a administração da entidade não se prenuncia sobre o assunto. 
Sobre o encerramento de treze extensões de saúde em cinco concelhos do distrito de Portalegre e a redução de horários dos centros de saúde, Pedro Marques mostrou-se também “preocupado”, sublinhando que é “preciso garantir serviços” e “qualidade nos serviços” de saúde às pessoas afetadas por esta medida. 
Também o deputado do PSD Cristóvão Crespo, eleito pelo círculo eleitoral de Portalegre, em comunicado, mostrou-se “preocupado” com a medida, apelando ao diálogo entre a ULSNA e os autarcas da região no sentido de encontrarem soluções. 
Em comunicado, o Bloco de Esquerda de Portalegre também já repudiou esta situação, acusando o Governo de “falta de capacidade para defender a coesão nacional, o ambiente, as populações e o desenvolvimento económico”. 
Este conjunto de medidas por parte da ULSNA foram baseadas no Despacho n.º 7/2011 do Ministro da Saúde, que determina que sejam "elencadas medidas no sentido da racionalização das estruturas e controlo da despesa, garantindo o direito à proteção da saúde”. © NCV (com Lusa) 

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