5 de fevereiro de 2012

Achado arqueológico surpreende:
identificado lagar de azeite no sítio do Barregão

António Maniés e José Serra junto ao achado arqueológico.
A descoberta de mais um lagar de azeite cavado na rocha no sítio do Barregão, em Castelo de Vide, foi mais uma surpresa agradável para o núcleo de Arqueologia.
Um grupo de amigos que se deslocou ao campo para identificar sepulturas cavadas na rocha ainda não catalogadas deparou-se com um lagar de azeite ancestral no final do mês de janeiro.
Para João Magusto, técnico do gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal, que acompanhava António Maniés e José Serra ao local depois de uma conversa informal acerca do assunto, a identificação dos restos de um lagar de azeite próximos de uma sepultura cavada na rocha no Barregão foi “deveras importante e uma agradável surpresa” pela sua raridade.
“É sabido que são escassas as evidências arqueológicas deste tipo de estruturas, ainda que possamos referir o Lagar das Tapadas das Galegas, na Meada, o Lagar do Curral do Vale Silvano, o Lagar do Mato da Póvoa ou o Lagar do Ribeiro de Alcogulo”, explica o técnico. Na zona identificaram também uma pia com uma função indeterminada.
Durante a visita registaram ainda os vestígios de uma lagareta, um lagar de dimensões menores, no Vale da Viola e três sepulturas cavadas no topo de um rochedo no Vale do Pereiro.
Estas estruturas fúnebres foram parcialmente destruídas, conforme verificou João Magusto. “Retiraram o separador que inicialmente existia entre duas sepulturas com uma orientação similar A terceira sepultura cuja direcção é francamente diferente das demais também foi alvo da ignorância e intolerância a que por vezes são sujeitos estes vestígios arqueológicos”, refere.
Lagar no Barregão.
José Serra e António Maniés costumam encontrar vestígios arqueológicos. “Como agricultores e caçadores é normal descobrirmos estes restos no campo, desde antas e sepulturas, a vestígios de dependências possivelmente de origem romana”, afirma José Serra.
Segundo João Magusto as deslocações até vestígios arqueológicos fora de um projecto já são habituais. Considera que “as gentes de Castelo de Vide valorizam o seu património, e não é de estranhar o facto do cidadão comum dar o seu contributo, que muitas vezes se manifesta no acompanhamento de investigadores e outras pessoas ligadas à História e Arqueologia”.
© Susana Serra/NCV
Lagariça no Vale da Viola.

Três sepulturas no Vale do Pereiro.

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