15 de maio de 2012

Plataforma Alto Alentejo XXI
discutiu o turismo em Montargil



No âmbito da Plataforma Alto Alentejo XXI, decorreu no dia 10 de Maio, no CS Hotel Montargil, em Montargil,o debate sobre “turismo” que contou com a presença de 150 participantes, entre autarcas, empresários, alunos de Turismo da ESE de Portalegre e população em geral.
O próximo debate será em Portalegre, no dia 31 de Maio e sobre “Desenvolvimento Económico e Social - Criação de Emprego”
O Alentejo é diferente”
Depois da sessão de abertura, que contou com intervenções do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, Hugo Hilário, do Vice-Presidente do IPP, Albano Siva, e do Presidente da CIMAA, Armando Varela, foi exibido um filme de diagnóstico e situação do estado do “turismo no Alto Alentejo”, introdutório do debate e das intervenções que se seguiram.
Aurora Carapinha, Diretora Regional de Cultura do Alentejo, iniciou a sua intervenção dizendo que “o Alentejo é diferente e temos de perceber o nosso valor” e explicou ainda que é “o diferente” e o “caraterístico” que chama os turistas, e que o Alentejo é muito rico nas suas particularidades. Salientou a importância do Património e da Cultura como sinónimos de Turismo e Economia.
Proximidade entre entidades oficiais e as empresas
Ana Barbosa, da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos declarou que “não há nenhuma região com tanta proximidade entre as entidades oficiais e as empresas do ramo, mas que no entanto as coisas custam a avançar”. Referiu que existem poucas empresas deste ramo no Alentejo, mas que há muitas, de fora da região, que vêm aqui realizar as suas atividades, o que diz bem do potencial existente. Salientou ainda a importância do “turismo natureza” que implica a existência de percursos sinalizados, limpos conservados, e que mais importante do que aumentar o seu número é cuidar dos que já existem, o que nem sempre acontece, apelando às autarquias para que se empenhem na sua preservação. 
Turismo não é salvação, mas é vantagem...
O Presidente do Turismo do Alentejo ERT, António Ceia da Silva, afirmou que o Turismo não é a salvação do território e da sua economia, mas que conjugado com outros sectores é uma vantagem que o Alentejo encerra em si e que pode ser ainda muito mais. Afirmou também que o Turismo, e concretamente a ERT, é “o sector com maior planeamento, não tem é competências”, desafiando as entidades responsáveis ao nível nacional e as próprias autarquias a delegar responsabilidades e tarefas, dado o conhecimento que tem do território e a articulação que tem com todos os intervenientes e agentes turísticos.
Património edificado
Referiu os exemplos do Património Edificado existente em todo o território, do Património Natural e do Parque Natural da Serra de S. Mamede, dos triângulos Elvas/Badajoz/Campo Maior e Castelo de Vide/Marvão/Portalegre, dos planos de águas interiores, entre outros, como valores que devidamente explorados têm um potencial de aproveitamento enorme, tanto mais que, são caraterísticos e únicos, sem repetição noutros territórios. Deu exemplos da Baja, provas de BTT, balonismo, as festas do Crato, como eventos dinâmicos que temos no Alentejo.
Salientou ainda a importância da requalificação do parque de alojamento mais antigo nomeadamente em Castelo de Vide, Elvas e Marvão.
Turistas tradicionais versus turistas atuais
Armando Rocha, da empresa Neoturis, abordou na sua apresentação a questão dos turistas tradicionais versus turistas atuais chamando a atenção para a divulgação em sites da especialidade como Tripadvisor, Booking e até no Facebook. Terminou a sua intervenção lembrando que “Não podemos vender quartos mas sim experiências”. 
Marketing territorial e turístico
O representante da AMBITY, João Paulo Oliveira, questionou porque razão o turismo e a cultura, que devem andar de mais dadas porque é que andam de costas voltadas? Congratulou-se com as palavras da Diretora Regional de Cultura esperando que finalmente seja possível dar atenção e resolver muitos constrangimentos e situações que carecem de solução. Chamou a atenção para a importância do marketing territorial e turístico e para a diversificação dos mercados.
Estratégia de desenvolvimento turístico”
Citando, José Gil Duarte, da empresa Essentia, “Se não nos identificarmos com o produto e o vivermos intensamente não o conseguimos vender”. Salientou a importância fundamental da definição de uma “estratégia de desenvolvimento turístico” que tenha em conta e se baseie nos valores que a cultura e as pessoas têm em si, e que são o fator de diferenciação que carateriza o Alto Alentejo e a única forma de que o “produto” fique e não passe como uma simples moda. “o mercado tem excesso de produtos, mas o produto tem de evidenciar o que nos diferencia. Por isso em vez de se falar tanto em produtos, fale-se de valores. O produto passa e o valor fica”.
Estratégia de Desenvolvimento para o Alto Alentejo
Depois de muitas outras intervenções por parte dos oradores convidados e do público presente, o Presidente do Conselho Executivo da CIMAA, Armando Varela encerrou o debate, agradeceu as participações e colaborações recebidas, e congratulou-se com os contributos que ali foi possível reunir com vista à definição de uma Estratégia de Desenvolvimento para o Alto Alentejo, onde o turismo, não sendo a tábua de salvação é com certeza um meio fundamental e imprescindível para os objetivos de gerar riqueza, criar emprego, travar o despovoamento. © NCV



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