24 de maio de 2013

Menir da Meada classificado ao fim de 19 anos
como monumento nacional


Na sua reunião desta semana o Conselho de Ministros “aprovou a classificação” definitiva do Menir da Meada como monumento nacional, juntamente com outras cinco edificações e/ou sítios. 
Fica assim concluído, ao fim de cerca de 19 anos, um processo que obrigou mesmo à reconstituição em 2012 (com a ajuda da Câmara Municipal de Castelo de Vide) do dossier que foi considerado como de “paradeiro desconhecido”. A proposta final da Direcção Regional de Cultura do Alentejo que o reconstituiu data de 3 de Junho de 2012.
Além do menir da Meada foram também classificados definitivamente a ponte de Arrábida, o cromeleque de Vale de Maria do Meio (Évora), o santuário de São João de Arga (Caminha), o abrigo do Lagar Velho (Leiria) e o Castelo de Penamacor. 
O Menir da Meada, na Tapada do Cilindro, na freguesia de Santa Maria da Deveza, concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre, foi “erguido no intervalo de tempo correspondente aos períodos Neolítico e Calcolítico”.
Descoberto em 1965, o Menir da Meada é o maior Menir da Península Ibérica com cerca de 4 metros de altura a partir do solo, e um diâmetro máximo de 1,25 metros, pesando cerca de 15 toneladas. Terá sido erguido no Período Neo-Calcolítico numa área rica em vestígios megalíticos, aparentemente alinhados entre si. 
O Menir da Meada apresentava-se fragmentado, tendo sofrido alguns trabalhos de restauro e consolidação (em 1993) que possibilitaram restituir a aparência original deste monolítico granítico de configuração fálica. Por despacho de 18 de Março de 1997 foi homologada a proposta de classificação como Monumento Nacional.
Situado a 11 quilómetros da Vila de Castelo de Vide, perto da localidade de Póvoa e Meadas, o Menir da Meada é um dos monumentos mais representativos do megalitismo em Portugal. Tal como outros monumentos do seu género, tem uma forma fálica, relacionada com rituais de fertilidade existentes durante o Neolítico, época a que se atribui a sua construção. É feito de granito da região.
Zona Especial de Protecção
Está estabelecida e definida uma Zona Especial de Protecção ao monumento - proposta da responsabilidade da Secção de Arqueologia de Castelo de Vide – que assegura “o enquadramento paisagístico do bem imóvel e as perspectivas da sua contemplação”. “Quaisquer intervenções que impliquem alterações no subsolo, incluindo modificações ao uso agrícola, ao coberto vegetal ou às cotas do terreno, deverão ser objecto de parecer prévio das entidades competentes que determinarão as condicionantes a que tais intervenções deverão ficar sujeitas”. © NCV
Desenho de César Caldeira.

1 comentário:

José Leal disse...

Parabéns pelo artigo e pela vossa sensibilidade com respieri a natureza e a preservação da mesma enquanto patrimonio. E por falar em patrimonio, o desenho de César caldeira também era seu património. Foi devidamente preservado? Foi consultado, respeitado, enquanto autor da obra? A escolha do desenho e óptima mas assim como.a natureza não gosta de invasores - e dai a sensibilizacao para a sua proteção - assim os autores também se sentem quando a sua obra, o seu património é usado, abusado sem olhar a meios. Para pensar! José Leal