A Universidade de Verão do PSD 2013 chegou ontem ao fim e, para fazer o seu encerramento, os alunos contaram com Pedro Passos Coelho. No seu discurso, o líder social-democrata criticou os juízes do Tribunal Constitucional, afirmando que “é um absurdo” que o Governo não possa reformar o Estado.
Foi dito ao Governo “não podem baixar salários ou suspender subsídios. Façam outras reformas, vejam se fazem convergir o sector público para a área privada. Foi o que fizemos”, afirmou Passos Coelho. “Tentámos criar condições de maior igualdade. Também não é possível. Porque no passado dissemos que o público era diferente do privado. Alguém percebe isto? Eu não percebo”, declarou o primeiro-ministro.
“A Constituição diz que é devida protecção no emprego. Já alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900 mil desempregados no país do que lhe valeu a Constituição até hoje? E, no entanto, era suposto que tivessem confiança que as suas empresas e empregos continuassem. Mas não foi assim, porque as empresas não conseguiram sobreviver à usura do Estado, à fraca competitividade externa. Porque é que essas famílias têm de pagar um preço e encontrar espaço para pagarem o que o Estado não faz? É uma injustiça intolerável”, disse.
Passos Coelho voltou a lembrar que é preciso “baixar a despesa”. E “como não é o Tribunal Constitucional que governa, os governos têm de encontrar soluções. E nós encontraremos. Mas essas soluções têm sempre um preço. E o preço é sempre mais elevado. Porque devemos infligir um preço maior se podemos fazer as coisas de uma forma melhor?”, questionou.
“Podemos vencer esta crise e eu acredito que vamos vencer esta crise. Não podemos parecer baratas tontas à primeira adversidade”. “A estratégia deve persistir. Não é por teimosia, é por uma questão de transparência. No fim as pessoas julgarão. As pessoas reconhecerão que o caminho que tinha de ser feito é o que estamos a fazer”, afirmou o primeiro-ministro.
O líder social-democrata afirmou ainda que “não foi por causa da Constituição” que as propostas do Governo para a reforma do Estado foram chumbadas. “Foi por causa da interpretação” que foi feita. “Precisamos de reformar o Estado para concluir” o programa de ajustamento e “não é a Constituição que nos impede de fazer isso.” Passos Coelho garantiu que “não é preciso rever Constituições. É preciso é bom senso”. © Ana Nunes/NCV
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