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Henri Cartier Bresson, um dos grandes fotojornalistas do século XX, correu o mundo a fotografar. Esteve em Portugal em 1955, no seu périplo pelo nosso país, Castelo de Vide também foi honrada com a sua visita. Das fotografias que na nossa vila tirou conhecemos aquela tirada no local a que Luiz Carvalho chama “a esquina dos guarda-chuvas”.
Este último, também um conceituado fotojornalista (é o autor e realizador do programa “fotografia total” que é exibido na TVI 24), publicou em Julho de 2003 na revista “Actual” do jornal Expresso um artigo intitulado “ O Portugal dos anos 50 de Henri Cartier Bresson revisitado”.
Para ilustrar este artigo Luiz de Carvalho visitou os mesmos sítios onde Cartier Bresson tinha tirado as suas fotografias e munido com uma máquina fotográfica digital, equipada com uma objetiva de distância focal idêntica à que este tinha usado, tirou novas fotografias procurando os mesmos enquadramentos.
Analisando depois as suas fotos e as do fotógrafo francês conclui Luiz Carvalho “… Confrontado com a realidade de hoje, há personagens que entram nos meus enquadramentos e que parecem as mesmas de há quase cinco décadas. O caso de Castelo de Vide, onde três homens do campo passam na esquina dos guarda-chuvas…”.
Quantos de nós, pergunto eu, não teremos enquadrado as fotos tiradas por outros, anónimos ou conhecidos, fotógrafos nas esquinas das ruas que vão convergir na Carreira de Cima? É nesta rua, qual veia cava, para onde quase todos os dias confluimos, que muito se sente o pulsar da nossa vila.
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Na fotografia de Luiz Carvalho o mesmo espaço comercial já era ocupado por uma loja de artigos de decoração a “Porta 48”. As imagens que acompanham este texto foram obtidas a partir de fotocópia de um recorte, do já citado artigo, da revista Atual do Expresso (nº 1602 de 12 de Julho 2003).
A outra fotografia foi tirada pelo autor destas linhas com uma máquina fotográfica analógica (corpo Zenit 12XP e objetiva Cosina 70-200, película 35mm. Ilford HP5plus, abertura e velocidade de obturação do diafragma não registada, revelada com Rodinal-Agfa) e cronologicamente situa-se entre as fotos dos dois mestres, já não enquadra a esquina da rua Miguel Bombarda, “a dos guarda-chuvas” mas foca, uns escassos metros mais à direita, as duas portas da que foi a “Loja do Povo” nessa época denominada “Casa Joneca”, lá está o senhor Lourenço Alegria Gasalho, que naquele espaço comercial cumpriu uma carreira profissional de um pouco mais de cinquenta anos! Primeiro como empregado depois como patrão. O outro personagem é um cliente e amigo. Era, e é assim o comércio tradicional.
João Calha



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