O
bilheteiro na reserva
voltou
ao cine teatro de
“Mouzinho
da Silveira”.
Entrou,
olhou
mas
não encontrou
o
postigo da bilheteira.
Senta-te
aí João,
já
não vais ficar fechado
naquele
cubículo
que
era tão acanhado.
Aí
estás mais desafogado,
ficas
quase de corpo inteiro.
Como
a lotação está esgotada
não
tens que fazer mais nada.
Rica
vida que arranjaste
Sei
que te custa estar quieto,
mas
promete-me
que
não vais cuspir fogo,
nem
lotaria vender,
fazer
barbas ?
Nem
pensar.
Para
onde estás a olhar?
Ah!
Já percebi
não
vês a lápide
que
dantes estava ali
a
do D. João da Câmara.
Uma
coisa tens de saber,
as
paredes querem-se
nuas,
mudas,
sem
memória.
Pois,
tens razão
mas
esse é
o
mais alto magistrado da nação.
Confia
em quem sabe
destas
coisas,
e
de outras.
Deixa-te
de saudosismos serôdios
Imaginário
coletivo?
Onde
é que foste buscar isso.
Também
te quero avisa
Que
ao entrares na plateia
também
não vais dar com
o
nome daquele médico
que
nos foi tão dedicado
e,
por nós, tão estimado,
que
tão bem pintou e teatralizou
o
estar e sentir da nossa gente.
E
a do “ Alfageme de Santarém”
do
Almeida
Garrett
peça
onde tanta gente entrou
Lembras-te?
Essa
também se eclipsou.
Podes
ficar descansado,
que
apesar destes sumiços,
(ao
que parece temporários),
soube
há
dias
que
tudo está a ser
contextualizado
reclassificado
conceptualizado
reposicionado
para
ficar, de novo,
à
vista de todos nós.
Vês
João,
para
quê tanta apreensão!
João
Calha



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