Em Portugal a produção de cereais, particularmente o trigo, foi alvo de políticas proteccionistas e de controlo estatal desde os finais do século XIX até aos anos 70 do século XX.
Os governos pretendiam controlar a produção de forma a garantir o abastecimento de pão, o alimento mais básico de um povo, evitando quer a escassez, quer a especulação dos preços. Para isso criou organismos próprios para a recolha, transformação e distribuição dos cereais. Toda esta estrutura assentava na obrigatoriedade de os agricultores manifestarem a sua produção e a venderem aos organismos estatais.
As multas por fuga ou falsas declarações eram pesadíssimas e a fiscalização apertada. Em 1953 iam de 10 a 2000 escudos.
Para os agricultores havia, em teoria, a garantia de escoamento da produção, mas pelos preços ditados pelo Estado.
Quando os anos eram maus e a produção escasseava, pouco havia a dar ao manifesto, para além do corpo, vergado a um ano de trabalho. © Jorge Rosa/NCV


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