7 de julho de 2017

PramCV promove escavação arqueológica no Vale de Galegos/tapada das Guaritas durante este mês

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O PramCV está de volta a Castelo de Vide para mais um Verão de trabalhos arqueológicos e actividades de divulgação científica. “Este ano, durante o mês de Julho, investigadores do projecto e alunos da licenciatura em arqueologia da FCSH irão levar a cabo uma escavação arqueológica no Vale de Galegos”, de acordo com o que foi divulgado.
“Este trabalho pretende intervencionar diferentes estruturas alto-medievais, nomeadamente, duas áreas habitacionais e um lagar de azeite, vestígios arqueológicos das comunidades camponesas que ocuparam este território durante o período alto-medieval”, refere uma nota tornada pública pela equipa.
Ações de divulgação valorizam património
Em paralelo com estes trabalhos de investigação arqueológica “serão também levadas a actividades de divulgação que visam a valorização do património arqueológico de Castelo de Vide no âmbito de uma prática arqueológica científica, acessível a todos”. Estas “conversas de arqueologia” iniciaram-se no dia 3 do corrente, estando previstas mais duas atividades programadas para os dias 12 (quarta-feira) e 21 de Julho (6ª feira), terminando na terça-feira, dia 25, com um workshop sobre “cerÂmica alto-medieval”.
Os trabalhos arqueológicos no sítio da Tapada das Guaritas iniciaram-se em 1998 e 1999 no quadro do acompanhamento da implantação da linha do gasoduto, tendo os trabalhos na altura sido coordenados por Nelson Almeida. As escavações recentes tiveram início em Agosto de 2014 dirigidas por Sara Maria Sena Esteves Prata.
A escavação permitiu identificar uma estrutura de vivenda constituída por duas fases de construção. Um primeiro compartimento quadrangular com entrada orientada a Este, com 36 m2 e um segundo compartimento rectangular, acrescentado a Este do primeiro, com uma nova entrada voltada a Norte e com uma área de 45 m2. 
A existência de estruturas exteriores à habitacional, que interpretámos como currais/cercas, atestam a ocupação e o aproveitamento do espaço imediato em torno da vivenda. 
O espólio arqueológico recolhido no interior da estrutura permite documentar uma utilização doméstica do espaço associada a práticas económicas rurais. As peças de cerâmica comum encontram alguns paralelos formais e tecnológicos nas aldeias alto-medievais escavadas por Alfonso Vigil Escalera na área de Madrid. Esses paralelos, combinados com a ausência tanto de materiais de tradição romana como muçulmana, levam-nos a colocar a utilização deste espaço entre os séculos VI/VII. Tapada das Guaritas
Tapada das Guaritas ou Vale dos Galegos
A Tapada das Guaritas - local também designado como Vale dos Galegos - corresponde a uma zona de vale atravessada por uma ribeira subsidiária da Ribeira de Figueiró. Existem afloramentos graníticos na superfície, alguns deles com sepulturas escavadas na rocha (um total de seis, sendo um deles uma criança) e dois pequenos esporões onde se reconhecem em superfície material de construção cerâmico e vestígios de estruturas pétreas. A escavação de Agosto de 2014 realizou-se num desses esporões, designado por Sector I, localizado a 37 m a Oeste da estrada que segue para o Vale da Bexiga, 170 m antes do cruzamento que segue para o Monte Caldeira (direcção Este). © NCV

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