29 de novembro de 2017

Festival Bolina: hoje há dose dupla de “clown”
com Eva Curly e Maria Simões

Em 2004, numa homenagem à 'Palhaços sem Fronteiras', conheciam-se em Tondela, duas mulheres: uma (Eva Kurly) era palhaça, a outra (Maria Simões) ali decidiu que era o que queria ser. Treze anos depois, e sem o saberem, reencontram-se no Bolina em Castelo de Vide. Ambas trazem na bagagem todas a viagens da sua solidariedade como palhaças, um amor por burros e burras que reforça a crença na ternura da humanidade e, assim, partilhar o palco e o público pode converter-se numa das mais apaixonantes noites deste festival.
Eva Kurly: “Quando for grande quero ser... Charlot”
O famoso personagem Charlot aparece em cena mas quem se esconde dentro do fato é Kurly, a palhaça, que a partir de uma linguagem sem palavras decide fazer uma homenagem a este cativante e entranhável personagem, que algumas crianças de hoje ainda não conhecem. Através das suas “charlotadas” faz com que o público participe no espectáculo. A ternura, o humor, a poesia de Charlot, vestido no corpo de uma palhaça, dando voz ao que disse: Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror.
Eva Kurly ou Eva Pilarte, mais conhecida como Kurly, interpreta Charlot desde 2008, tendo estreado no desfile das festas de San Isidro em Madrid; participou em festivais e concursos como os de Segovia e Navalcarnero, no desfile de carnaval de Sitges, em Espanha, tendo actuado também em França, Portugal, Bélgica, Itália, Dubai e Egito. Como palhaça e instrutora de Ioga do riso, atuou em vários lugares e ministrou oficinas de palhaço clássico. Faz parte da empresa Semillas de Circo.
Foto de família” de Maria Simões (Portugal)
Um número clown curto, criado por Maria Simões, que reflecte sobre os conceitos de família, a espera e o amor. A palhaça Luna chega ao local onde a fotógrafa da vila se instalou para os famosos retratos de família de princípios do século passado. E todas as famílias chegam a fazer o retrato tão único e especial. (o público presente pode verdadeiramente levar o seu retrato para casa). O humor, a ternura e a poesia vibrante do coração da palhaça são capazes de fazer o público sentir-se parte desta grande família humana. Um risco a não perder, nem que seja apenas por uma noite.
Maria Simões é encenadora, actriz e palhaça profissional desde 1994. Fundadora de Descalças-cooperativa cultural (Castelo de Vide), trabalha em clown desde 2003. Formou-se com Lluna Albert, Jesús Jara e Celia Ruiz (Espanha), Pepe Nuñez e Paloma Reys de Sá (Brasil), Eric de Bont (Holanda), Juli Sagües (Argentina), Wendy Ramos (Perú), Veronica San Vicente (Uruguai), Gardi Hutter (Suiça). Como palhaça, actuou em Portugal, Cabo Verde, Argentina, Uruguai, Chile, Perú e Bolívia. Vestiu o nariz, pela primeira vez, no Festival Mindelact (Cabo Verde) em 2003.
Formadora de clowns, desde 2010, tem dinamizado oficinas de formação inicial e já viu nascer quase uma centena de homens e mulheres palhaç@s.

Apesar de actuar regulamente em teatros, a sua missão como clown social e comunitária levou-a a plantar centenas de árvores, levantar bandeiras pela igualdade de género e a descobrir o clown sem nariz como ferramenta de resistência num campo de refugiad@s na Macedónia. © NCV

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