Em
2004, numa homenagem à 'Palhaços sem Fronteiras', conheciam-se em
Tondela, duas mulheres: uma (Eva Kurly) era palhaça, a outra (Maria
Simões) ali decidiu que era o que queria ser. Treze anos depois, e
sem o saberem, reencontram-se no Bolina em Castelo de Vide. Ambas
trazem na bagagem todas a viagens da sua solidariedade como palhaças,
um amor por burros e burras que reforça a crença na ternura da
humanidade e, assim, partilhar o palco e o público pode converter-se
numa das mais apaixonantes noites deste festival.
Eva
Kurly: “Quando for grande quero ser... Charlot”
O
famoso personagem Charlot aparece em cena mas quem se esconde dentro
do fato é Kurly, a palhaça, que a partir de uma linguagem sem
palavras decide fazer uma homenagem a este cativante e entranhável
personagem, que algumas crianças de hoje ainda não conhecem.
Através das suas “charlotadas” faz com que o público participe
no espectáculo. A ternura, o humor, a poesia de Charlot, vestido no
corpo de uma palhaça, dando voz ao que disse: Creio no riso e nas
lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror.
Eva
Kurly ou Eva
Pilarte, mais conhecida como Kurly, interpreta Charlot desde 2008,
tendo estreado no desfile das festas de San Isidro em Madrid;
participou em festivais e concursos como os de Segovia e
Navalcarnero, no desfile de carnaval de Sitges, em Espanha, tendo
actuado também em França, Portugal, Bélgica, Itália, Dubai e
Egito. Como palhaça e instrutora de Ioga do riso, atuou em vários
lugares e ministrou oficinas de palhaço clássico. Faz parte da
empresa Semillas de Circo.
“Foto
de família” de Maria Simões (Portugal)
Um
número clown curto, criado por Maria Simões, que reflecte sobre os
conceitos de família, a espera e o amor. A palhaça Luna chega ao
local onde a fotógrafa da vila se instalou para os famosos retratos
de família de princípios do século passado. E todas as famílias
chegam a fazer o retrato tão único e especial. (o público presente
pode verdadeiramente levar o seu retrato para casa). O humor, a
ternura e a poesia vibrante do coração da palhaça são capazes de
fazer o público sentir-se parte desta grande família humana. Um
risco a não perder, nem que seja apenas por uma noite.
Maria
Simões é encenadora, actriz e palhaça
profissional desde 1994. Fundadora de Descalças-cooperativa cultural
(Castelo de Vide), trabalha em clown desde 2003. Formou-se com Lluna
Albert, Jesús Jara e Celia Ruiz (Espanha), Pepe Nuñez e Paloma Reys
de Sá (Brasil), Eric de Bont (Holanda), Juli Sagües (Argentina),
Wendy Ramos (Perú), Veronica San Vicente (Uruguai), Gardi Hutter
(Suiça). Como palhaça, actuou em Portugal, Cabo Verde, Argentina,
Uruguai, Chile, Perú e Bolívia. Vestiu o nariz, pela primeira vez,
no Festival Mindelact (Cabo Verde) em 2003.
Formadora
de clowns, desde 2010, tem dinamizado oficinas de formação inicial
e já viu nascer quase uma centena de homens e mulheres palhaç@s.
Apesar
de actuar regulamente em teatros, a sua missão como clown social e
comunitária levou-a a plantar centenas de árvores, levantar
bandeiras pela igualdade de género e a descobrir o clown sem nariz
como ferramenta de resistência num campo de refugiad@s na Macedónia.
©
NCV
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