22 de janeiro de 2019

PCP e Os Verdes denunciam “crime contra a Robinson” e o património industrial corticeiro de Portalegre

 Foto © PEV/NCV
O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) denunciou um “crime contra a Robinson” e o património industrial corticeiro de Portalegre. 
O fundamento é o de que o Conselho de Administração da Robinson demoliu (confirmado pelas fotos) um edifício da antiga fábrica Robinson, Património Industrial Corticeiro de Portalegre, “classificado de interesse público que foi motivo de uma grande luta nacional de Os Verdes, nomeadamente através de uma ação junto do Presidente da República, do Ministro da cultura e na própria Assembleia da República, assim como uma petição nacional que levou à aprovação por unanimidade de uma Resolução Parlamentar que afirmava a vontade e urgência de salvar aquele património”.
 Foto © PEV/NCV
“Em vez disso, o atual Conselho de Administração acabou de demolir um dos edifícios desse espaço, cuja parte do teto tinha sido afetada por uma derrocada, derrubando todo o edifício para cima das máquinas a vapor”, acusam Os Verdes que estão a tomar “as medidas necessárias para junto do Ministério da Cultura e da DGPC (Direção Geral do Património e Cultura) e da própria polícia, onde pretendem entregar uma denúncia por Crime Contra o Património, previsto no Artigo 213º do Código Penal”.
Licença municipal para demolição?
Por outro lado, alegam que se “desconhece a existência, no local, de qualquer edital de demolição, por isso o PEV vai exigir saber se a Câmara Municipal licenciou tal demolição”.
A denúncia do PEV foi de imediato secundada pelo PCP, cuja Comissão Concelhia de Portalegre se insurgiu em comunicado por esta “ação de destruição que parece configurar um grave atentado ao património classificado como de interesse público”.
Venda ao desbarato do edifício dos escritórios 

 Foto © PEV/NCV
“No mesmo dia em que a Câmara de Portalegre assiste passivamente à venda ao desbarato do edifício dos escritórios originais dos Robinson, com valor de reserva de 70 mil euros, mas licitado por cerca de 9 mil, foi dado início à demolição de outro edifício no interior daFábrica, onde estava guardada parte da maquinaria de maior valor arqueológico para o projeto de Museu da Cortiça que a Câmara anunciara vir a implantar no local como ainda consta do sítio do Município, na internet”.
Demissão da arqueóloga industrial
Este atentado ao património, “efetuado à socapa, sem aviso prévio, motivou já a demissão da arqueóloga industrial contratada pela Fundação, que na sua carta de demissão alega motivos de deontologia profissional”, criticando o atentado patrimonial efetuado sem o seu conhecimento e recusando ser “cúmplice e conivente com algo que considera profundamente errado”.
“Máquinas a vapor da fábrica original”
“No espólio arqueológico soterrado pelo entulho desta demolição encontram-se máquinas a vapor da Fábrica original, de valor incalculável e indispensáveis para qualquer projeto de requalificação museológica daquele espaço”.
“O PCP questionou já a presidente da autarquia em relação a este atentado patrimonial, através do vereador da CDU na Câmara Municipal de Portalegre, que foi também o primeiro subscritor da petição pública para salvar a Robinson, recentemente discutida no Plenário da Assembleia da República e de que resultou uma recomendação ao Governo para a adoção de medidas excecionais de salvaguarda daquele património industrial, aprovada por unanimidade e consenso de todos os grupos parlamentares”. © NCV
 Foto © PEV/NCV

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