A empresa AdNA-Águas do Norte Alentejano, SA pretende passar a produzir energia hidroelétrica com base na utilização das infraestruturas hidráulicas até recentemente exploradas pela EDP nos aproveitamentos de Póvoa e Meadas, Poio e Racheiro, localizados na ribeira de Nisa nos concelhos de Castelo de Vide e Nisa. A Câmara Municipal de Nisa deu conta público deste desenvolvimento recente.
Nesse sentido o atual utilizador de uma captação para a utilização de água para consumo humano na Barragem de Póvoa e Meadas apresentou um pedido de concessão à Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste (ARH Tejo e Oeste) da APA - Agência Portuguesa do Ambiente, segundo revela um edital desta instituição.
A exploração dos três aproveitamentos hidroelétricos será feita em cascata e titulada por uma única concessão e as 3 centrais têm ligação à rede elétrica e decorreu um período de 30 dias em que eventuais outros interessados em requerer a concessão o poderiam também ter feito.
Barragem da Póvoa tem “repassos” e precisa de “obras de reabilitação”
O documento da APA resumidamente refere que a Barragem de Póvoa e Meadas foi construída em 1927 na ribeira de Nisa em alvenaria de Pedra, alteada em 1929, dispõe de uma conduta forçada e uma central “em bom estado de conservação” em 2 edifício um dos quais construído em 1990.
A potência instalada (3 grupos) é de 1814 kVA e a restituição dos caudais turbinados é feita na ribeira de Nisa.
Na albufeira de Póvoa e Meadas existe atualmente uma captação de água para abastecimento público (via ETA da AdNA) com utilização prioritária pelo que a cota de exploração não deve baixar dos 307.5 metros, garantindo um volume de 9 htm3 correspondente a cerca de 2 anos de abastecimento público.
O edital da APA menciona ainda que esta barragem “apresenta vários repassos e requer, para garantia da segurança estrutural e hidráulica e adequação ao normativo legal aplicável à barragem, obras de reabilitação, tendo por isso a sua exploração condicionada a uma cota mais baixa do que o NPA (312) ou seja não pode ultrapassar a cota de 309,95”.
Poio e Racheiro: comportas inoperacionais
No caso da barragem do Poio (tipo gravidade maciço em alvenaria de pedra), a central da Bruceira está equipada com 2 grupos e uma potência de 1975 kVA e o edifício apresenta um estado de conservação satisfatório. O circuito hidráulico foi alvo de obras em 1994 e está em bom estado, embora haja necessidade de ações corretivas em casos pontuais. Já as comportas do descarregador de superfície estão “em mau estado de conservação e inoperacionais, carecendo de ser substituídas”. A barragem do Poio precisa ainda de um “conjunto de intervenções/melhoramentos no sentido da infraestrutura se conformar com as disposições legais vigentes”.
Por seu lado, a central da Velada (a maior das três, com 2 grupos no total de 5160 kVA) e a Barragem do Racheiro são idênticas e estão nas mesmas condições do Poio e da Bruceira. © NCV
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