Fotos © CEV-MT/NCV |
“Um jardim sensorial que é basicamente um olival, com oliveiras que se pretendem dotadas de dispositivos tecnológicos para iniciar e manter um diálogo com uma criança cega, esse é o objetivo maior”, adianta João Palmeiro, presidente do Conselho de Administração da Fundação.
Este “Jardim Sensorial” é fruto da parceria da FNSE com o CPTei (Centro Português de Tiflologia) “é ímpar no panorama nacional e pretende interpretar a História da intervenção da Fundação na área tiflológica, com início no séc XIX, através de uma exposição permanente e exposições temporárias, alavancando ao mesmo tempo a investigação contemporânea nas áreas da equidade e inclusão de pessoas com deficiência”, refere o dirigente.
O projeto tecnológico “As Oliveiras Dialogantes” recorrerá aos recursos tecnológicos disponíveis e a desenvolver no CPTei, e está de algum modo conceptualizado no livro “Jardim da Esperança”, parcialmente ficcionado, de Manuel da Costa Leite.
Reconhecer e dialogar com visitantes cegos e de baixa visão
“Através do recurso a dispositivos simples de identificação, uma primeira oliveira - a Celeste - e depois mais duas das 37 oliveiras implantadas nos 1170 m2 deverão reconhecer os visitantes cegos ou com baixa visão encetando, através de dispositivos de diálogo, uma conversa que se pretende amena e afável. A conversa deverá ser mantida em histórico, ficando o registo em arquivo para que, numa próxima visita, a conversa possa ser retomada onde foi deixada”, explica João Palmeiro.
Alargamento da experiência a outros locais de Castelo de Vide
“O projeto inicia-se, numa primeira fase, com apenas uma oliveira - a Celeste. Logo que testadas e confirmadas as soluções tecnológicas adotadas, o passo seguinte será a generalização da proposta a outras árvores do jardim, bem como de duas árvores do Jardim Público de Castelo de Vide e, a médio prazo, a sua implementação em âmbitos diversos, como à Muralha Medieval da Vila, aos monumentos históricos ou apenas a um banco de jardim”, antecipa o Presidente da Fundação.
“Pensemos num futuro em que uma pessoa cega, para aceder à informação de determinado objeto ou ação, precisa apenas de estar no raio de alcance da tecnologia identificativa e ter consigo um dispositivo comunicacional, um telefone móvel ou um tablet. A visita a uma exposição passa a ter as etiquetas e legendas das obras, a sua audiodescrição e interpretação oferecidas diretamente à pessoa”. © NCV
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