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Jorge Luís Borges (Buenos Aires, Argentina, 1899 – Genebra, Suíça, 1986) é o mais importante escritor argentino contemporâneo. Apesar da sua nacionalidade, a sua formação foi essencialmente anglófila, chegando a ser professor de inglês arcaico. Erudito, bibliófilo e enciclopedista, é um autor inclassificável e incatalogável, sendo unanimemente considerado um dos grandes renovadores da prosa ficcional do século XX. Dedicou-se também à poesia e à ensaística e foi agraciado com vários importantes prémios literários. Em 1938 sofreu um grave acidente que, aliado a um problema congénito herdado do pai, lhe viria a custar a visão. Já cego, ditou algumas das suas obras mais marcantes a sua mãe e, após a morte desta, a uma assistente com quem viria a casar. Também nesta condição (cegueira) viria a ser diretor da Biblioteca Nacional de Buenos Aires. O conjunto de contos agrupados sob o título “Ficções”, publicado em 1944, é um bom exemplo da sua escrita labiríntica, fantasiosa e desafiante para o leitor.
“Meu pai contava que antigamente – questão de séculos, de anos? – a lotaria na Babilónia era um jogo de carácter plebeu. Referia (ignoro se com verdade) que os barbeiros trocavam por moedas de cobre retângulos de osso ou de pergaminho adornados de símbolos. Em pleno dia verificava-se um sorteio: os contemplados recebiam, sem outra confirmação da sorte, moedas cunhadas de prata”.
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