Hoje é dia de S. Lourenço mas a feira anual realiza-se apenas na próxima sexta-feira na Praça D. Pedro V

A tradicional Feira de S. Lourenço (anual) não se realiza este ano no dia de hoje, em que se celebra o santo, mas na próxima sexta-feira, em paralelo com o mercado semanal, de acordo com o Plano anual de Feiras e Mercados, segundo sublinhou recentemente um Aviso de Nuno Calixto, vice-presidente da Cãmara Municipal de Castelo de Vide.

A Feira de S. Lourenço já constituiu o principal certame do concelho desde meados do século XVIII.

Uma das vilas mais populosas em 1761

Segundo recorda Diogo Salema Cordeiro nas suas "Efemérides de Castelo de Vide", data de 3 de Setembro de 1761 o pedido de autorização da Câmara de Castelo de Vide "para se realizar a Feira de São Lourenço, alegando o facto de ser Castelo de Vide uma das vilas mais populosas da província". 

"Foi esta feira de São Lourenço motivo de desenvolvimento e importância para a nossa terra. Veio juntar-se às que, havia anos, se faziam em Castelo de Vide nos dias de Ramos e de Santo Amaro".

Quem foi S. Lourenço?

São Lourenço ou Lourenço de Huesca nasceu em Huesca ou em Valência (Espanha) cerca do ano 225 e faleceu em Roma a 10 de Agosto de 258. Foi um mártir católico e um dos sete primeirosdiáconos (guardiões do património) da Igreja Católica em Roma.

É comemorado no dia 10 de Agosto e existem muitas igrejas que lhe são dedicadas. A sua representação estatuária apresenta quase sempre uma grelha (o instrumento que lhe causou a morte) e uma Bíblia nas suas mãos.

O cargo de diácono era de grande responsabilidade, pois consistia no cuidado dos bens da Igreja e a distribuição de esmolas aos pobres. No ano 257, o imperador romano Valeriano I decretou aperseguição aos cristãos e, ao ano seguinte, foi detido e decapitado o Papa Sisto II. Quando o Papa São Sisto se dirigia ao local da execução, São Lourenço estava junto dele. Após a execução do Papa, o imperador ameaçou a Igreja para entregar as suas riquezas no prazo de 3 dias. 

Passados três dias, São Lourenço levou as pessoas que foram auxiliadas pela Igreja e os fiéis cristãos diante do imperador e disse-lhe: "estes são o património (riquezas) da Igreja". O imperador, furioso e indignado, mandou prendê-lo, e ser queimado vivo sobre um braseiro ardente, por cima de uma grelha. A tradição católica diz que o santo conservou o seu bom humor mesmo enquanto era executado, dizendo aos que o queimavam: "podem-me virar agora, pois este lado já está bem assado". © NCV

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