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Num espetáculo de final de carreira, aos 80 anos de palco, com texto de Franz Xaver Kroetz, escolhido pela atriz Eunice Muñoz, aos seus 92 anos de vida, com o mesmo esclarecimento que marcou toda a sua carreira, decidindo dividir a cena com Lídia Muñoz, sua neta, a quem desta forma passa o seu legado artístico
Espetáculo encenado por Sérgio Moura Afonso, a convite das atrizes Eunice e Lídia Muñoz, encerra em palco um produto de invariável beleza e contemplação. misturando o naturalismo ao simbolismo, primando pela simplicidade dos gestos e dos olhares adensados por uma harmonia desconcertante presente na música orquestral de Nuno Feist.
Ao longo de sessenta minutos, assistimos a este fechar de carreira num texto que se revela uma longa didascália, sem diálogo e sem monólogo, onde Senhora Rasch, personagem partilhada pelas duas atrizes em cena, nos convida a assistir ao seu fim de tarde num dos seus dias repetidos igual a todos os anteriores.
O Teatro, aqui, como lugar de memória, põe-nos de fronte à humanidade de uma senhora Rasch mais velha, Eunice Muñoz, que relembra os seus dias levantados e repetidos, que se materializam numa mais nova senhora Rasch, Lídia Muñoz, que caminha invariavelmente em linha reta na direção do seu eu mais soturno e mais nostálgico. © NCV
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