Foto © NCV (arquivo) |
Segundo uma nota de Elisabete Arez (1994), a romaria à Ermida de S. Silvestre em Domingo de Pascoela (a seguir à Páscoa) “perde-se no tempo, mas o fervor da devoção ao Santo avivou-se depois da reconstrução da capela.
Procissão da estrada até à capela
Para comemorar tal feito, foi celebrada uma grande missa pelos párocos das duas freguesias – Póvoa e Montalvão – com procissão ao longo de toda a azinhaga (desde a estrada até à capela) e comprado um Santo novo, desta feita de barro, vestido de branco já que S. Silvestre fora Papa”.
Benção do gado, chouriços e “freira” na mesa...
“Era costume nesta romaria levar-se o gado a benzer para este se criar bem, ter boas crias e também oferecer para leilão a melhor rês e bons chouriços, muitos deles feitos de propósito para a ocasião”.
“Dando três voltas á capela, à chegada, e outra tantas à partida em jeito de cumprimento ao Santo, assistia-se à missa, à procissão, ás ofertas e leilões e estendia-se a merenda toda a tarde, não faltando na toalha a tradicional freira – bolo de forma redonda com um ovo ao centro e uma cruz da massa do bolo por cima do ovo”.
A história da romaria entre desavenças de outros tempos...
De acordo com a mesma nota, “a romaria à Ermida de S. Silvestre perde-se no tempo, mas o fervor da devoção ao Santo avivou-se depois da reconstrução da capela. Para comemorar tal feito, foi celebrada uma grande missa pelos párocos das duas freguesias – Póvoa e Montalvão – com procissão ao longo de toda a azinhaga (desde a estrada até á capela) e comprado um Santo novo, desta feita de barro, vestido de branco já que S. Silvestre fora Papa”.
“Entre a Póvoa e Montalvão sempre houve muitas rixas, mas esta questão do S. Silvestre veio ainda reforçar o “ódio de estimação”entre as duas freguesias. “Diz-se que as gentes de Montalvão tinham tanta”raiva” às da Póvoa, por terem sido estes a reconstruir a capela e a comprar um Santo novo, que até insistiram em ter o antigo (de madeira) na sacristia para lhe fazerem as oferendas. Lá diziam eles que “Santos de barro não fazem milagres”.
Brigas “de pau e pedra”
“Por causa destas e outras desavenças entre os dois povos, é aqui nesta romaria, que começam as famosas brigas de pau e pedra em que as azinheiras, na azinhaga que liga a Capela à estrada, ficavam completamente desfolhadas”.
“Por a Póvoa ser famosa em ter as mais belas raparigas dos arredores, era esta romaria muito visitada. Vestidas com os seus” fatos de Carnaval”, saia encarnada bordada, xailes lindíssimos nas costas e com todo o ouro ao peito eram mais um motivo de desavença entre os rapazes, que ponham todo o fervor numa desgarrada bem cantada e improvisada mas acabando sempre em insultos entre eles e claro numas boas pauladas e pedradas”. © NCV
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