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Falou-se no arranjo de caminhos; na situação dos migrantes estrangeiros que por aqui vivem, mais ou menos desintegrados da comunidade; da casa na Rua do Castelo, doada à Câmara Municipal; na indefinição do registo de propriedade do Parque Desportivo da Tapada da Nave; da atraso no arranque das obras da Extensão do Centro de Saúde; do Museu Agrícola; do Parque de Caravanas e da Barragem.
A todas as questões, o Presidente da Câmara, foi dando resposta, uma vezes de forma totalmente convincente e clara, outras nem tanto. Mas os assuntos, que maior polémica suscitaram foram a Casa da Rua do Castelo, o Museu e a Barragem. É destes temas que vale a pena uma análise mais detalhada.
A casa da Rua do Castelo
António Pita, escudou-se numa interpretação jurídica do testamento de doação que, de forma clara atribui a propriedade do edifício à Câmara Municipal, e no facto de as duas entidades referidas na doação,como potenciais beneficiárias, não poderem ou não quererem assumir o benefício. O Museu, porque não existe, eo Lar, porque não demonstrou interesse, para dar ao edifício um fim diverso do que resulta do espírito da doação.
Sendo verdade que a propriedade da casa é, inquestionável, também é verdade que, dos termos da doação, resulta claro que, a benemérita, pretendia que o seu uso beneficiasse a freguesia de Póvoa e Meadas.
No entanto, não existe, até ao momento, e não foi apresentada na Assembleia, por quem levantou a questão, nenhuma proposta alternativa para dar uso ao edifício.
Assim, a sua utilização como casa de acolhimento para visitantes do Concelho, com projectos de interesse local, não deixa de ser uma forma indireta de benefício para a freguesia.
O Museu Agrícola
Neste ponto, o Presidente da Câmara, foi claro ao assumir que, no presente, a criação de um Museu Agrícola, seria redutor das potencialidades das atuais instalações. Defendendo um conceito de Museu mais amplo e abrangente, que inclua a arqueologia, a vida agrícola e outras atividades relevantes da história da Póvoa.
Os factos dão-lhe razão.
1 - as peças doadas pela população da Póvoa não chegam para preencher um Museu;
2 - esse espólio inclui peças que vão para além da realidade agrícola, como, por exemplo máquinas de costura e até o aparelho de televisão do Café do Mestre João;
3 - o Lar tem, anexo às suas instalações, um Museu Agrícola com um espólio bem mais rico;
4 - a Póvoa tem a felicidade de ter um espólio arqueológico invejável, em grande parte, recolhido pelo dr. José Pedro Martins Barata, que seria criminoso não preservar e não colocar à disposição dos povoenses e dos que nos visitem.
Assim o que há que fazer?
Em primeiro lugar, preservar o espólio doado pela população que se encontram em condições degradantes na sala do segundo piso do edifício do Museu.
Em segundo lugar, repor no Museu, o espólio arqueológico, entretanto removido, e enriquecê-lo com outras peças relevantes do património arqueológico da Póvoa;
Em terceiro lugar, estudar uma forma de conciliar o Museu Agrícola do Lar com o espólio doado pela população da Póvoa.
Por último, criar condições para que o museu ou museus possam abrir, sempre que haja visitantes, mediante acordo com uma entidade da freguesia e com disponibilização de um recurso com um mínimo de formação, para abrir os museus e acompanhar os visitantes.
A situação da Barragem
Mais uma vez, António Pita, se escudou com uma argumentação jurídica. Quer a relativa à propriedade da zona envolvente, quer com contratos existentes, nomeadamente do bar.
Em qualquer dos casos, sabemos todos, que, com vontade política, é possível avançar com projetos, nas atuais circunstâncias. O Festival Andanças foi a prova evidente destas possibilidades. Foi feito um acordo a longo prazo, com montagem de estruturas de envergadura significativa. Não parece plausível que dotar uma faixa, junto à água, de condições para uma praia fluvial, levante mais dificuldades que montar um conjunto de palcos, cobrindo uma área bem maior. Também não parece plausível, a impossibilidade de um contrato para um bar de apoio, virado para a zona de banhos, tanto mais que, o atual bar, tem, segundo informação do Presidente da Câmara, um contrato. E também é de crer que, com vontade, seria possível criar as condições para um verdadeiro Parque de Campismo.
Mas avançar com um tal projeto, implica ter, bem presente, que há outros investimentos indispensáveis, nomeadamente, uma intervenção no muro da Barragem, por questões de segurança e, até por questões ambientais, permitindo uma maior capacidade de retenção de água. Mas, também, a questão das acessibilidades, quer do lado da Póvoa, quer, em especial, do lado de Castelo de Vide e de Nisa. É forçoso criar uma alternativa ao muro para o trânsito automóvel.
A vontade dos povoenses ficou bem clara nesta Assembleia Municipal, apesar da pouca audiência e de, nem sempre, os argumentos, serem os mais adequados.
(Jorge Rosa em “Amigos de Póvoa e Meadas – Facebook)
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