Barregão em Castelo de Vide. Foto © Quercus/NCV |
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Três exemplos fotográficos
Para ilustrar esta situação a Quercus divulgou alguns exemplos fotográficos: duas fotos no sítio do Barregão em CaAstelo de Vide, uma no Cabeço do Mouro e ainda outra com pormenor na Estrada da Serra em Portalegre.
“No ano passado verificou-se um fenómeno semelhante durante o mês de Agosto. Na altura a Quercus alertou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para este facto e questionou o que estaria a acontecer e o que poderia ser feito”, adianta um comunicado subscrito por José Janela, Presidente do Núcleo Regional de Portalegre da Quercus.
Este ano mais cedo e em áreas maiores
Estrada da Serra Portalegre (pormenor). Foto © Quercus/NCV |
“O assunto foi exposto pela Quercus em várias reuniões da Comissão de Cogestão do Parque Natural da Serra de São Mamede, sem que se tivesse obtido qualquer resposta” e “neste momento verifica-se que as árvores com folhas secas aparecem em áreas maiores e em meados do mês de Julho. A Quercus alertou novamente o ICNF para o que se está a passar este ano”.
“O fenómeno deste ano pode estar ligado à seca e ao calor intenso que se faz sentir”. A Quercus apela por isso a que se faça uma investigação rigorosa do fenómeno pois receia que o ecossistema da Serra de São Mamede possa estar em perigo.
Serra de São Mamede é uma espécie de “ilha ecológica”
O carvalho-negral encontra-se na parte norte da Serra de São Mamede, com influência atlântica, onde existe mais humidade. Esta serra constitui praticamente o limite Sul da distribuição desta espécie em Portugal, constituindo uma espécie de ilha ecológica, rodeada pela planície alentejana, de influência mediterrânica, mais seca.
“Os locais onde existem carvalhos-negrais são habitats para uma grande diversidade de seres vivos, desde aves, mamíferos, insetos, répteis e anfíbios, até uma grande variedade de cogumelos. A seca destas árvores pode levar à destruição destes ecossistemas. Nas zonas onde o carvalho-negral sofreu desflorestação verifica-se uma erosão dos solos irreversível, por isso tem de se destacar o importante papel das suas raízes, que fixam o solo solto e que bombeiam nutriente do subsolo para a superfície”, refere a Quercus.
“É importante que se investigue a fundo a causa da sua seca e que se tomem medidas para conservar esta espécie, que não tem proteção legal fora das zonas especiais de conservação da Rede Natura 2000, apesar de ao longo dos últimos anos a Quercus ter apelado por diversas vezes para a sua proteção, pelo alto valor conservacionista que esta espécie apresenta”. © NCV
Cabeço de Mouro. Foto © Quercus/NCV |
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