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“O regresso de Filho da Mãe é uma conquista. Primeiro, para ele próprio, o Rui; depois, para nós todos, que o esperávamos há demasiado tempo. Atravessando da pior maneira uma pandemia transformada em túnel sem saída aparente, a luz que foi cintilando no seu fim nem sempre correspondeu à realidade, acabando por se misturar com várias ficções, adicionando tormentos, dúvidas e incertezas. A certa altura, foi justamente esta falta de noção do que é ou não real que acabou por servir de inspiração, uma incerteza que se multiplicou na hipótese bem credível de vários discos editados, entre o anjo acústico e o demónio elétrico, entre rascunhos no Alentejo e mais rascunhos em Lisboa, feita de palavras com duplo sentido dedilhadas durante horas sem fim. Inevitavelmente, a espera tornou-se numa obrigação, como uma peregrinação necessária. No fim de tudo, agora mesmo, Rui confessa-nos que adiar foi a melhor opção de todas, para sair vivo desse tal túnel e criar, da dor e do tempo, a música que Filho da Mãe precisou de fazer”.
“Terra Dormente” foi gravado ao longo de dois anos entre Lisboa (Music Box e Fabrica de Pão - CTL) e Ílhavo (Capela da Biblioteca Municipal de Ílhavo e Fábrica das Ideias na Gafanha da Nazaré - 23 milhas). © NCV
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