22 de janeiro de 2023

As Fontes de Castelo de Vide pelo traço e no entender do arquiteto Luís Pedro Cruz

Desenhos © L P CruzNCV
Desenhos © L P CruzNCV
“Na vila há fontes... muitas!. Aliás, até mesmo antes desta, elas existem. Dir-se-ia que estão por todo o lado a clamar que aqui há água. Procuram recantos à margem dos acessos à vila ou, então, embrenham-se mais no campo, embora sempre com forma de lá chegar. Quem anda cansa-se e anseia por água e elas aí estão, prontas a saciar-nos. Como é de esperar, também há as que, incluídas em propriedades, são só de alguns, imperando então "o seu a seu dono".
As fontes eram indispensáveis. Elas matavam a sede, forneciam água e quando apetrechadas com tanques serviam de lavadouros, e a azáfama era grande à sua volta. Quase todas eram decoradas muito para além daquilo que a função utilitária exigia, e na vila, então nem se fala. No centro transformaram-se em referências incontornáveis do espaço urbano, nomeando largos, enfeitando jardins e organizando teias urbanas com ruas que convergem para elas. Outras, que são parte de arranjos mais recentes, vieram doutros lugares e o que se quis foi que nos novos sítios essas ganhassem raízes”.
(Livro de Luís Pedro Cruz "(A)riscar em Castelo de Vide - desenhos (d)escritos")

Sem comentários: