4 de abril de 2023

Apontamentos em tempo de Procissões

Foto © BUA/NCV
Dia um de Abril, véspera dos Passos de Castelo de Vide, decorreu o tradicional acompanhamento da imagem do Senhor Morto entre a Matriz e o Calvário.
Pelas 21:00 horas fazia frio e sentia-se uma chuvinha atrevida. O esquife, ladeado por dois tocheiros, foi transportado por bombeiros. Na frente o pendão enrolado e a cruz de madeira. No total contabilizámos 25 pessoas. Quatro guardas comandaram o transito. Logo à saída da Matriz, um homem com um tocheiro ia caindo nas escadas, mas lá se equilibrou.
O Cónego Tarcísio Alves marcou presença, apoiando-se numa bengala. O Pároco de Castelo de Vide merece todo o respeito e consideração, pelo esforço que faz para estar nos atos religiosos! E a família Conchinha esteve sempre por perto a ajudar o Pároco na sua caminhada, tanto neste como noutros momentos que presenciámos.
No final, um homem disse que no tempo dele era muita a gente que ia nesta procissão informal. Ele não vinha a Castelo de Vide por esta altura há mais de 60 anos. E recordámos como há um século atrás não faltavam mulheres a levar o Senhor ao Calvário. E o rapazio aproveitava o gentio unido para fazer partidas, como atar as franjas dos xailes. E já no Calvário... as apanhadas viam-se e desejavam-se para desatar os nós...
Foto © CMCV/NCV
Procissões dos Ramos e dos Passos
No final da manhã de domingo, a procissão dos Ramos, entre São João e a Matriz, foi bastante participada com mais de uma centena de pessoas. Celebrou à Missa o Padre Tarcísio (de início a Matriz estava a dois terços com lugares ocupados, mas depois ficou por metade). E na Carreira de Baixo houve muitas tendas na feira habitual.
Em termos da Procissão dos Passos, 16:00 horas de domingo, contámos cerca de 150 crentes e muitos mais a espreitarem nos locais panorâmicos. O Padre Marcelino foi quem colaborou na cerimónia.
A Procissão das 21:30 h, entre o Calvário e a Matriz, fez o regresso das imagens de Nossa Senhora e de São João Evangelista. Como já vem acontecendo há muito, atrás do andor seguiam dois caixas da fanfarra. Também esteve presente o Padre Marcelino nesta cerimónia que uniu cerca de 75 pessoas e onde se incorporou o Cónego Tarsício.
Na Matriz, o padre de Marvão disse ser esta uma procissão em que se evidenciou o silencio, um momento simples, mas repleto de significado. E agradeceu a presença de todos os crentes e ainda de quem colaborou na procissão como a GNR e a fanfarra.
No passado, a imagem do Senhor dos Passos deixava o Calvário, de regresso à Matriz, perto da meia-noite. Desmontada e encoberta em panos. Este ano, mal a procissão da noite partiu, logo uma camioneta de caixa aberta carregou o andor com a imagem integra e não tapada. E chegou à maior igreja do Alto Alentejo antes do andor de Nossa Senhora e de São João Evangelista. © A. Silva/NCV

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