Diogo Gaspar. |
Na leitura do acórdão realizada no Juízo Central Criminal de Lisboa, o juiz Luís Ribeiro considerou provados os crimes de peculato, participação económica em negócio, abuso de poder, falsificação de documentos e tráfico de influência para o antigo diretor do Museu.
"Foi o senhor que basicamente conseguiu montar o Museu da Presidência. Era uma pessoa digna de confiança, pelo que tinha uma relação muito estreita com os Presidentes da República. E traiu essa confiança, porque quis ter mais do que aquilo que podia ter. Isso levou-o a durante vários anos, no âmbito de várias atividades, vários negócios, a tentar sempre [ver] onde é que havia oportunidade de ganhar mais alguma coisa, direta ou indiretamente", sublinhou o juiz Luís Ribeiro.
Os quatro arguidos do processo “Operação Cavaleiro” respondiam por um total de 42 crimes, entre os quais abuso de poder, participação económica em negócio, tráfico de influências, falsificação de documentos, peculato e branqueamento de capitais.
A investigação a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa teve início em Abril de 2015 na sequência de uma denúncia anónima. Em junho de 2016, a PJ efetuou buscas e apreendeu em casa de Diogo Gaspar e de amigos alguns artefactos que pertenceriam ao Museu da Presidência, com o Tribunal de Instrução Criminal a decidir levar o caso a julgamento em 10 de Julho de 2019.
Projeto “Rotas do Sagrado” financiado pelo Programa “Valorizar”
O portalegrense Diogo Gaspar tem estado ligado a Castelo de Vide nos últimos anos, certamente também como membro ativo da Comissão dos Bens Culturais da Igreja, no âmbito de uma candidatura à linha de apoio à Valorização Turística do Interior (Programa Valorizar) para financiar o projeto "Rotas do Sagrado", no quadro de um protocolo estabelecido em 2017 entre a Diocese de Portalegre e Castelo Branco e a Câmara Municipal local (ver notícias AQUI). Projeto em que se manteve apesar da opinião discordante dos vereadores do PS na Câmara Municipal.
Este projeto visa, entre outras coisas, “identificar, inventariar e caracterizar os elementos patrimoniais de valor cultural e religioso da Diocese” e teria “a sua sede em Castelo de Vide, na Igreja de S. João, cedida para o efeito gratuitamente pela Diocese ao Município, que se obrigou a “assegurar a contratação de um técnico a afetar ao projeto a tempo inteiro”. © NCV
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