Clicar na imagem para ampliar o cartaz. |
Na interpretação estão Elmano Sancho, Dennis Correia aka Lexa Black, e Pedro Simões aka Filha da Mãe.
Elmano Sancho evoca a conflituosa reviravolta de expectativas à volta do seu nascimento para levantar o véu de “Damas da Noite”: os pais esperavam uma menina, de nome já destinado, Cléopâtre, mas nasceu um menino.
O encenador pretende assim dar vida a esse outro desejado de si mesmo, como se este fosse uma espécie de duplo e existisse numa realidade paralela que “Damas da Noite” encena. Para erguer essa figura ficcionada chamada Cléopâtre, Elmano Sancho imergiu no mundo fascinante e provocador do transformismo. Os artistas transformistas “vestem a pele de um outro, tentam ser um outro”.
São “flores que abrem de noite”, intérpretes de uma transformação “pautada pela transgressão, o desconforto, a ambiguidade, a brutalidade dos corpos e a violência das emoções”. Através dessa interpretação paradoxal da diferença, “Damas da Noite” explora a presença ou ausência de fronteiras entre realidade e ficção, ator e personagem, homem e mulher, teatro e performance, tragédia e comédia, original e cópia, interior e exterior, dia e noite. Nesse jogo de relações, aposta-se a identidade como matéria fluida, “rimbaudiana”, revelando o outro que somos, o estrangeiro que albergamos. © NCV
Sem comentários:
Enviar um comentário