Fotos © CMM/NCV |
Nesta 11ª edição, o Festival continua a apostar numa cultura descentralizada e em levar a sétima arte a locais mágicos e sem hábitos de consumo cultural.
Mais uma vez, a aposta é mostrar filmes em cenários de grande beleza natural em noites quentes do verão da região de Marvão, aproximando de forma intrínseca Portugal e Espanha. Serão oito dias de uma ampla programação, com cinema, música, percursos, arte, história, debate e divulgação.
Destaca-se a sessão de abertura no majestoso Castelo de Marvão com Alma Viva, filme português de Cristèle Alves Meira, obra que está nomeada para os Globos de Ouro, bem como um pequeno olhar documental do crítico Rui Pedro Tendinha, Periferias- Um Festival de Afetos, precisamente um gesto de celebração de alguém que tem acompanhado a evolução deste certame.
Temas de direitos humanos e a relação com a Natureza
Mas toda a programação contará com obras que refletem o espírito do festival em fazer refletir temas de direitos humanos e a relação com a Natureza. Obras como Ursos Não Há (No Bears), do cineasta iraniano Jafar Panahi, 20 mil Espécies Abelhass, de Estibaliz Urresola, Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz, Matria, de Álvaro Gago, filme sensação da Berlinale ou Cesária Évora, documentário de Ana Sofia Fonseca em forma de homenagem à grande artista cabo-verdiana.
Nesta última década o Periferias tem impulsionado o desenvolvimento das comunidades com as quais trabalha, procurando também abrir os olhos de quem o visita à beleza de “salas” ao luar em locais de rara beleza como a estação de comboios da Beirã, Valencia de Alcántara, La Fontañera, a cidade romana de Ammaia, Castelo de Vide, Salorino, San Vicente de Alcántara, Galegos e Malpartida de Cáceres.
Se o cinema é protagonista deste Festival, a música, também o é, com destaque para concertos que serão autênticas festas de família dos Dile que Si, DJ Mundo, Os Sabugueiros, ou Lemilson de Cabo Verde.
Exposições várias
Música e arte, com as exposições a água, de Bert Holvas, no Museu Cidade Romana de Ammaia. E a exposição em Portagem a luta continua, com fotografias de lutas em diferentes partes do mundo: Curdistão, Palestina, Colômbia, Walmatu, Guatemala, Honduras, Brasil, Saara Ocidental, México. Dezoito fotografias, oito pessoas, e uma organização sem cuja ajuda desinteressada este projeto não teria sido possível.
No salão do Centro Cultural de Marvão estará ainda exposta uma retrospetiva da Oficina Arara, coletivo de artistas do Porto que se dedica à arte da serigrafia.
Visitas guiadas e encontros profissionais
Estão também previstas visitas guiadas, como a do Lagar-Museu António Picado Nunes, na aldeia de Galegos, um espaço de interpretação do azeite de tradição.
Além de encontros profissionais da cultura como o que se efetuará em Marvão com Paula Mota Garcia, coordenadora da Equipa de Missão Évora 27 Capital Europeia da Cultura.
O compromisso faz parte do Periferias e nesta edição, além de estar presente de forma transversal, ver-se-á refletido na colaboração da Comuna de Cinema de Rojava e do coletivo Rojava Azadi, que nos falarão da situação no Curdistão. A Comuna de Cinema de Rojava é um projeto iniciado em 2015 com cineastas locais e internacionais que promove a criação, produção e distribuição de longas-metragens, curtas-metragens e documentários. Rojava Azadi é um coletivo de pessoas interessadas em dar visibilidade às lutas emancipatórias que estão a ser levadas a cabo no Curdistão, em particular o processo de revolução social em Rojava e o modelo de autogoverno democrático ali em curso.
Troféu realizado por Maria Leal da Costa
O encerramento do Festival irá decorrer, como tem vindo a ser habitual, no Museu Vostel de Malpartida de Cáceres, com uma visita guiada ao museu, e a cerimónia de entrega do Prémio Internacional Tejo/Tajo Reserva da Biosfera Transfronteiriça ao filme vencedor da 11ª edição do Festival de Cinema Periferias, troféu realizado pela escultora local Maria Leal da Costa.
A última projeção desta edição será uma homenagem ao falecido realizador Carlos Saura, com o documentário Las paredes hablan (As Paredes Falam).
O Periferias conta com os apoios institucionais da Diputación Provincial de Cáceres, da Junta de Extremadura, do Ayuntamiento de Valencia de Alcántara e da Município de Marvão. © NCV
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