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Em 2023, passam 500 anos sobre a primeira apresentação de A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente. A peça foi escrita no auge da produção dramatúrgica do autor e tentava dar resposta às acusações de plágio, de que vinha sendo acusado. O relato cómico que dá conta das desventuras duma mulher da classe média portuguesa do século XVI, que desafia o poder familiar e a mentalidade medieval que dominava a sociedade quinhentista,seria depois considerada a mais perfeita das obras do "fundador do teatro português”, desfazendo assim dúvidas sobre o seu talento e originalidade.
Cinco séculos depois, Pedro Penim reescreve o original vicentino e transforma-o numa obra do nosso tempo. Este é o terceiro espetáculo de uma trilogia dedicada à família, iniciada com Pais & Filhos, em 2021, a que se seguiu Casa Portuguesa, em 2022. Na senda destas criações, “A Farsa de Inês Pereira” deita o seu olhar cáustico sobre alguns alicerces da sociedade contemporânea, nomeadamente o trabalho, a sexualidade e a célula familiar. © NCV
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