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O encontro aborda “Pedagogias do Alto Alentejo e da Estremadura. Abordagens interdisciplinares entre cidades, montanhas e litoral” e o trabalho final do arquiteto municipal contou também com a colaboração de António Manuel Martins na preparação dos diapositivos e tradução dos textos que envolveu também o seu filho, Afonso Adam.
O desenho na perceção do território – Castelo de Vide e Montalvão
Segundo explica o autor, “este trabalho incide no estudo urbano de duas localidades históricas do Alto Alentejo/Portugal (Castelo de Vide e Montalvão) e, como instrumento de análise, recorre-se ao desenho sequencial, seguindo o método desenvolvido pelo arquiteto inglês, Gordon Cullen (1914 –1994), na observação do espaço urbano”.
“Os dois povoados implantam-se em planaltos, mas apresentam soluções urbanas bastante distintas resultantes da adequação ao terreno e das dinâmicas sócio-económicas existentes.
Atividade agrícola com vida autónoma do burgo
Castelo de Vide integra-se num tipo de povoados em que a atividade agrícola é apoiada por construções no campo que permitem uma vida autónoma do burgo a que se recorre, somente, quando há mercados e feiras ou em épocas festivas. Esta separação entre a atividade agrícola e o aglomerado, confere-lhe um carácter mais urbano, o que se reflete na tipologia habitacional, que se mantém praticamente constante desde a Idade Média, com a habitação nos pisos superiores e oficina/comércio do piso inferior.
Neste aglomerado confrontamo-nos com uma vila confinada às muralhas, com uma topografia variada dentro deste recinto, que condiciona a morfologia urbana do lugar, relacionando várias soluções de malha urbana identificadoras de cada bairro [estrutura radial (Judiaria), expansões urbanas que respeitam ou que contrariam as curvas de nível do terreno (Canto da Aldeia e Encruzilhadas), destacando-se o centro, praticamente plano, constituído por duas ruas paralelas (Carreira de Baixo e Carreira de Cima) com a praça D. Pedro V no meio].
Trabalho de planeamento de Nuno Teotónio Pereira
A construção do balneário termal, na primeira metade do séc. XX, será decisiva na transformação da vila, passando esta a ser considerada uma “Estância turística termal”, o que se reflete na requalificação de toda a zona central com a introdução de espaços de lazer, redefinição de vias, enobrecimento do tecido construído, criação de equipamentos culturais, etc.
O desenvolvimento equilibrado da vila e o respeito pela envolvente natural, que se faz sentir ainda hoje, deve-se fundamentalmente ao trabalho de planeamento urbano desenvolvido ao longo de duas décadas pelo arquiteto Nuno Teotónio Pereira”. © NCV
(título e subtítulos da responsabilidade da redação do NCV)
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