26 de dezembro de 2024

Documentário de Francisco Manso sobre Garcia de Orta estreia esta noite na RTP2 (20:30 horas)
- filme destina-se ao Museu Garcia de Orta

O documentário de Francisco Manso intitulado “Garcia de Orta” sobre o médico e naturalista português nascido em Castelo de Vide tem estreia nacional esta noite na RTP2 (20:30 horas). O cineasta é igualmente o autor do argumento deste trabalho.
Produzido em 2024 o documentário tem a duração de 50 minutos, “faz várias referências a Castelo de Vide e irá trazer mais valor a este castelo-vidense ilustre que trouxe luz à medicina do século XVI”, como referiu recentemente António Pita, adiantando que “brevemente também passará a estar disponível no Museu Garcia de Orta”.
Recorda-se que este trabalho contou com um apoio financeiro de 19 935 euros (mais IVA) por parte da Câmara Municipal de Castelo de Vide (ver notícia AQUI), considerado “mais um investimento na cultura e no conhecimento que ficará para o futuro”.
Quem é Francisco Manso
Francisco Manuel Manso Gonçalves de Faria nasceu em Lisboa a 28 de Novembro de 1949. Frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa e tem o Curso de Cinema e Audiovisuais do AR.CO e o Curso de Áudio e de Assistentes de Realização da RTP.
É membro da Academia Portuguesa de Cinema. Para além de “Abandonados”, realizou 8 filmes de longa-metragem, tendo produzido 2 deles, 5 séries e filmes para televisão e mais de 120 documentários. Entre eles, destaca-se as produções “O Nosso Cônsul em Havana” (2019), “O Cônsul de Bordéus” (2010) e “O Testamento do Senhor Napumoceno” (1997). © NCV
O médico e naturalista Garcia d’Orta
O naturalista Garcia de Orta foi considerado um génio da medicina portuguesa. Revolucionou a medicina pois, segundo ele, só acreditava no que lhe era confirmado pelo que via, pela ciência experimental.
Nasceu por volta de 1499 em Castelo de Vide, filho de judeus sefarditas espanhóis, que vieram viver para aí expulsos pelos Reis Católicos.
Estudou na Universidade de Salamanca e licenciou-se em medicina em Alcalá de Henares, em 1523.
Voltou para Castelo de Vide e mais tarde, em 1526, obteve licença para praticar medicina em Portugal, tendo-se mudado para Lisboa. Tornou-se médico do Rei D. João III.
Em 1533 foi escolhido para dar aulas de Filosofia Natural na Universidade de Lisboa.
Partiu em Março de 1534 para a Índia. Orta estabeleceu-se como médico em Goa, tendo atingido enorme reputação.
D. João III concedeu-lhe a ilha de Mumbai, ainda quase deserta, onde teve uma quinta. Recolhia e analisava as plantas dos locais que percorria, que até então eram conhecidas apenas superficialmente no Ocidente. A algumas delas, Orta reconhece grande valor medicinal.
Foi médico e amigo pessoal do poderoso sultão de Ahmadnagar, Nizan Shahi, tendo contactado com comerciantes e viajantes de todas as nacionalidades e religiões
O seu celebrado livro "Colóquios dos Simples e Drogas Medicinais da Índia", que provocou uma verdadeira revolução no meio científico ocidental, foi editado em Goa em 1563.
Para além do seu valor científico, a obra de Orta inclui a primeira poesia impressa do seu amigo Luís de Camões, com quem conviveu em Goa. O livro foi escrito em português e traduzido em latim e foi editado pelo médico e Botânico Charles de L´Escluse, também conhecido por Clusius, tendo tido a partir daí enorme divulgação nos meios científicos europeus.
Garcia de Horta morreu em Goa em 1568. Após a sua morte a Inquisição iniciou uma forte perseguição à sua família. Esta perseguição culminou com a exumação dos restos mortais de Garcia da Orta, em 1580, e a sua condenação à fogueira por judaísmo. 
(texto promocional do documentário divulgado pela RTP

Sem comentários: