18 de fevereiro de 2007

BOLETIM PAROQUIAL: “Pelo resultado do referendo, (…) em Castelo de Vide os católicos são pouco mais de 325"...

“Pelo resultado do referendo, ficamos a saber que, em Castelo de Vide, os católicos são pouco mais de 325” – sublinha na sua segunda parte o editorial do Boletim Paroquial de 18 de Fevereiro.
“Os restantes embora baptizados, não podem considerar-se católicos, porque não acatam o regime da Igreja Católica; não estão em comunhão plena com a Igreja. Assim tais pessoas não têm o direito de se intitularem “católicas” – continua o texto cujo tom e conteúdo surpreendeu a comunidade católica local, depois do anterior apelo à “aceitação” e ao “respeito” democráticos pelos resultados do referendo.
Sacerdotes podem deixar de “enfeitar” (sic) casamentos e funerais
Intitulado “Entre o SIM e o Não”, o texto vai mais longe e refere em tom de ameaça que “isto pode trazer consequências sérias”. E explica: “quanto à pastoral, Castelo de Vide pode vir a ficar dependente de outras comunidades cristãs mais dinâmicas” e “os sacerdotes poderão deixar de enfeitar casamentos e funerais de quem não está em comunhão com a mesma Igreja”.
As contas “paroquiais”
A nova estimativa da população católica inserida no Boletim Paroquial assenta na seguinte estrutura de cálculo: “Em Castelo de Vide votaram “Não”: na freguesia de São João 70; na de Santa Maria 105; na de Santiago 21. Descontando 10% para os que não puderam votar, Castelo de Vide terá apenas uns 325 católicos maiores de 18 anos”. “Para ser católico não basta estar baptizado, é preciso viver em comunhão plena com a Igreja Católica” – insiste o texto em apreço.
“Pediram a pena de morte…”
A primeira parte do editorial do Boletim Paroquial de 18 de Fevereiro desfere um novo ataque violento aos votantes no Sim.
Começa por referir os dados da votação em Castelo de Vide, nas 3 freguesias da sede de concelho que integram a Paróquia já que a de Póvoa e Meadas corresponde desde há poucos anos à restaurada Paróquia local. “Em Castelo de Vide votaram no referendo sobre o aborto 1121 pessoas. Destas 802 votaram Sim, 296 votaram Não e houve ainda 23 votos em branco e nulos”.
Ora, segundo o Boletim Paroquial, “se estas 802 pessoas são católicas vão tornar-se cúmplices na execução de todos os abortos permitidos pela lei civil que venha a ser aprovada. Pediram a pena de morte para os seres humanos mais desprotegidos”.
“A Igreja Católica condena o aborto, seja ele legal, ilegal ou clandestino, antes ou depois das dez semanas. O aborto é um pecado grave e um crime com censura canónica” – explica o mesmo texto do Boletim Paroquial, que adianta que “o regime da Igreja Católica não é arbitrário; é para todos os católicos, sob pena de perderem a comunhão plena com a mesma Igreja, isto é: a identidade “católica”. (can 205). © NCV
NOTA IMPORTANTE: Para poder ler a primeira página do Boletim Paroquial clicar duas vezes de forma sequencial na imagem.

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