A
C.P. - Comboios de Portugal assume como sua missão, operar em todo o
território nacional, oferecendo serviços de transporte público
ferroviário essenciais para o desenvolvimento do país e para a sua
coesão social e territorial.
No
entanto a partir de 1 de Fevereiro, o serviço de passageiros no
Ramal de Cáceres, inaugurado a 6 de Junho de 1880, será reduzido a
um comboio internacional se até lá não for alterada a intenção
da C.P. – Comboios de Portugal.
Não
entendemos as políticas adoptadas pela C.P. – Comboios de
Portugal, que tem, apenas, em consideração a vertente
económica/rentabilidade numa perspectiva redutora e de curto prazo,
esquecendo a vertente social de um serviço público contrariando o
isolamento, a desertificação e o empobrecimento da região.
Entendemos,
ainda menos, porque inferimos que na sua gestão, a C.P., se
desinteressou completamente pelo potencial deste ramal pois só assim
se explica a permissividade perante uma degradação continuada da
qualidade da oferta no que respeita ao transporte de passageiros no
Ramal de Cáceres durante as últimas três décadas, designadamente,
horários inadequados, mau atendimento, falta de informação,
transbordos, má qualidade das automotoras, dando assim,
escandalosamente, todas as oportunidades à concorrência,
(transporte rodoviário) para se apoderar de uma clientela
conquistada durante quase um Século.
Há
cerca de 30 anos, uma viagem de comboio entre Marvão/Beirã e Lisboa
levava, em média, quatro horas e vinte minutos, sem qualquer
transbordo, hoje essa mesma viagem demora cinco horas, com transbordo
e ainda sem a possibilidade de comprar um bilhete directo para
Lisboa. Assim, obrigam-se as pessoas a deslocarem-se mais uma vez á
bilheteira e a saltitar de comboio para comboio. Quase parece que
falamos de um negócio em que a gerência não quer vender os seus
produtos.
Acreditamos
que uma melhor gestão do transporte associada às potencialidades da
vertente turística tornarão possível a sustentabilidade,
promovendo uma alternativa real ao transporte rodoviário, pelo
que em meu nome e da Câmara Municipal manifestamos o nosso desacordo
nesta intenção e solicitamos uma alteração da mesma.
O
Presidente da Câmara Municipal de Marvão
Victor
Frutuoso
Marvão,
25 de Janeiro de 2011
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