22 de novembro de 2011

Associação Além Tejo Música discutiu
ensino da música nas bandas filarmónicas


A Além Tejo Música – Associação Regional de Bandas Filarmónicas – promoveu um Seminário para maestros e monitores de escolas de música versando o ensino da música nas bandas filarmónicas no século XXI.
A iniciativa realizou-se no dia 19 de Novembro de 2011 nas instalações da Sociedade União Alcaçovense, e não contou com a presença da Banda União Artística de Castelo de Vide. Estiveram presentes cerca de 25 elementos de 12 bandas: Crato, Alter, Nisa, Campo Maior, Gavião, Alcáçovas, Azaruja, Vila Viçosa, Corval, Mourão, Estremoz e Aljustrel.
Este encontro resultou de uma necessidade sentida pelas filiadas que consideraram ser pertinente realizar-se um encontro entre maestros e monitores de escolas de música num ambiente de abertura e partilha de experiências e métodos de trabalho. Desta forma, as bandas presentes explicarem às restantes congéneres as suas metodologias de ensino sabendo-se que estamos numa época de grande informação na qual as crianças de hoje não são nada iguais às de há 30 anos atrás”, como refere uma notra de imprensa distribuída por Miguel Baptista, Vice-Presidente da Além Tejo Música.
Falta de recursos afasta modelos ideais
Falou-se de modelos ideais, os quais ainda não são usados no Alentejo por falta de recursos financeiros e humanos das bandas como seja a existência de monitores especializados no ensino de cada instrumento musical o que acontece aqui ao lado, na vizinha Espanha, que com a regionalização conseguiu ultrapassar as suas congéneres portuguesas em qualidade. Isto já possível ver-se nas bandas do Litoral”.
Por cá, existe de tudo um pouco: ainda temos o maestro que ensina todos os instrumentos ou modelos com um monitor para palhetas e outro para bocais ou ainda um modelo mais próximo do ideal, com 3 a 5 monitores que abarcam todos os instrumentos musicais e o solfejo e formação musical”.
Solfejo afasta crianças da música?
Debateu-se também um aspeto importante, responsável pela desistência de muitas crianças da aprendizagem da música, ou seja, o solfejo. Há vários modelos mas concluiu-se que já ninguém exige às crianças que aprendam solfejo durante muitos meses. O que é prática é uma mistura onde algumas escolas de música ensinam o instrumento e o solfejo ao mesmo tempo ou outras onde ministram as noções mais básicas e elementares durante algumas semanas acompanhadas posteriormente pelo ensino do instrumento”.
Concluiu-se que não há nenhum modelo melhor, cada banda deve adotar aquele que se adeqúe mais à sua realidade. Por exemplo, a falta de instrumentos pode “obrigar” a escola de música a realizar trabalho com flautas de bisel e instrumentos de percussão aos alunos mais novos”.
Modelo das Bandas Juvenis
Outro modelo, mais adequado aos tempos modernos, passa pela criação de bandas juvenis onde as crianças têm desde logo contacto com a harmonia e o tocar em grupo. Isto é possível de fazer com alunos que saibam tocar apenas duas ou três notas musicais. Aliado a tudo isto, as bandas presentes trocaram entre si vários métodos de trabalho”.
À tarde, os participantes assistiram a uma interessante palestra ministrada pelo maestro e compositor Carlos Marques, figura incontornável do meio musical nacional, que colabora com o Alentejo há perto de uma dezena de anos. O tema abordado foi a evolução do ensino da música em Portugal, em especial, no conservatório do Povo – as bandas filarmónicas, que há cerca de 200 anos promovem o ensino da música gratuito e desviam os jovens e crianças de outras atividades menos interessantes”. © NCV

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