A
Além Tejo Música – Associação Regional de Bandas Filarmónicas
– promoveu um Seminário para maestros e monitores de escolas de
música versando o ensino da música nas bandas filarmónicas no
século XXI.
A
iniciativa realizou-se no dia 19 de Novembro de 2011 nas instalações
da Sociedade União Alcaçovense, e não contou com a presença da
Banda União Artística de Castelo de Vide. Estiveram presentes cerca
de 25 elementos de 12 bandas: Crato, Alter, Nisa, Campo Maior,
Gavião, Alcáçovas, Azaruja, Vila Viçosa, Corval, Mourão,
Estremoz e Aljustrel.
“Este
encontro resultou de uma necessidade sentida pelas filiadas que
consideraram ser pertinente realizar-se um encontro entre maestros e
monitores de escolas de música num ambiente de abertura e partilha
de experiências e métodos de trabalho. Desta forma, as bandas
presentes explicarem às restantes congéneres as suas metodologias
de ensino sabendo-se que estamos numa época de grande informação
na qual as crianças de hoje não são nada iguais às de há 30 anos
atrás”, como refere uma notra de imprensa distribuída por Miguel
Baptista, Vice-Presidente da Além Tejo Música.
Falta
de recursos afasta modelos ideais
“Falou-se
de modelos ideais, os quais ainda não são usados no Alentejo por
falta de recursos financeiros e humanos das bandas como seja a
existência de monitores especializados no ensino de cada instrumento
musical o que acontece aqui ao lado, na vizinha Espanha, que com a
regionalização conseguiu ultrapassar as suas congéneres
portuguesas em qualidade. Isto já possível ver-se nas bandas do
Litoral”.
“Por
cá, existe de tudo um pouco: ainda temos o maestro que ensina todos
os instrumentos ou modelos com um monitor para palhetas e outro para
bocais ou ainda um modelo mais próximo do ideal, com 3 a 5 monitores
que abarcam todos os instrumentos musicais e o solfejo e formação
musical”.
Solfejo
afasta crianças da música?
“Debateu-se
também um aspeto importante, responsável pela desistência de
muitas crianças da aprendizagem da música, ou seja, o solfejo. Há
vários modelos mas concluiu-se que já ninguém exige às crianças
que aprendam solfejo durante muitos meses. O que é prática é uma
mistura onde algumas escolas de música ensinam o instrumento e o
solfejo ao mesmo tempo ou outras onde ministram as noções mais
básicas e elementares durante algumas semanas acompanhadas
posteriormente pelo ensino do instrumento”.
“Concluiu-se
que não há nenhum modelo melhor, cada banda deve adotar aquele que
se adeqúe mais à sua realidade. Por exemplo, a falta de
instrumentos pode “obrigar” a escola de música a realizar
trabalho com flautas de bisel e instrumentos de percussão aos alunos
mais novos”.
Modelo
das Bandas Juvenis
“Outro
modelo, mais adequado aos tempos modernos, passa pela criação de
bandas juvenis onde as crianças têm desde logo contacto com a
harmonia e o tocar em grupo. Isto é possível de fazer com alunos
que saibam tocar apenas duas ou três notas musicais. Aliado a tudo
isto, as bandas presentes trocaram entre si vários métodos de
trabalho”.
“À
tarde, os participantes assistiram a uma interessante palestra
ministrada pelo maestro e compositor Carlos Marques, figura
incontornável do meio musical nacional, que colabora com o Alentejo
há perto de uma dezena de anos. O tema abordado foi a evolução do
ensino da música em Portugal, em especial, no conservatório do Povo
– as bandas filarmónicas, que há cerca de 200 anos promovem o
ensino da música gratuito e desviam os jovens e crianças de outras
atividades menos interessantes”. ©
NCV
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