30 de março de 2012

Comunicado do Bloco de Esquerda
sobre o “acesso a consultas de especialidade”


Chegou ao conhecimento do Bloco de Esquerda a crescente dificuldade de acesso a cuidados médicos especializados prestados em hospitais do SNS por parte das/os doentes que vivem no Alentejo. Esta situação encontra-se agravada devido ao facto de vários serviços hospitalares da região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) recusarem receber estes doentes.
De facto, muitas/os utentes do Alentejo deparam-se com a ausência de consultas de especialidade nas proximidade das zonas onde residem, vendo-se forçadas/os a recorrer a serviços em zonas mais distantes. Ora, consoante a zona de residência, há utentes para os quais é conveniente ir a Évora mas, para muitos outros, é mais perto deslocarem-se para a zona de LVT. No entanto, os serviços médicos de LVT não se têm demonstrado disponíveis para atender as/os utentes do Alentejo em consultas de especialidade. Parece-nos essencial que os serviços médicos do Alentejo sejam dotados de meios para poderem desempenhar as suas funções. A escassez de recursos no Alentejo é notória, registando-se falta de médicas/os especialistas, falta de pessoal administrativo, falta de enfermeiras/os e falta de médicas/os de família (cerca de 18 mil utentes não têm médica/o de família). A estes fatores acresce o encerramento de cinco extensões de saúde, em Santiago do Cacém e Odemira, o que obriga muitas/os utentes a deslocarem-se ainda mais para poderem ter uma consulta, isto numa zona do país onde os transportes públicos são deficitários e, em algumas localidades, são mesmo inexistentes.
Face ao exposto, o Bloco de Esquerda considera fundamental que sejam providenciadas condições para que as/os utentes do Alentejo possam aceder às consultas de especialidade de que necessitam em tempo útil, o mais próximo possível da sua residência, nos hospitais do SNS do Alentejo. Consideramos que esta situação carece de intervenção urgente e receamos o seu agravamento se for avante o plano de reestruturação do Hospital Garcia da Orta.
O Bloco de Esquerda está preocupado com esta situação e exige respostas por parte do Ministério da Saúde.
A Comissão Coordenadora Distrital
Portalegre, 29 de Março de 2012

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