9 de setembro de 2020

Romaria simbólica ontem ao Vale de Açor manteve tradição da Festa de Nossa Senhora dos Prazeres

Uma romaria simbólica ontem a a Vale de Açor por parte de alguns mordomos permitiu manter a tradição da Festa de Nossa Senhora dos Prazeres tão enraizada nas gentes de Castelo de Vide. 
Na impossibilidade de concretizar o habitual convívio entre castelovidenses em terras de Ponte de Sôr, devido às restrições cautelares decorrentes da pandemia do Covid-19, a imagem da senhora dos Prazeres foi conduzida de automóvel até à capelinha na na Herdade das Fontainhas, tendo o Cónego Tarcísio Alves celebrado a Santa Missa, segundo referiu ao NCV Mariana Salgueiro.
Lenda de Nossa Senhora dos Prazeres
“Havia um senhor em Vale de Açor, casado e com dois filhos que foi condenado e foi cumprir pena para África. Lá conheceu uma mulher preta que o ajudou a suportar essa sentença, acompanhando-o sempre, dando-lhe apoio espiritual. Passado alguns anos ela morre. Desta ligação nasce um filho, que ele traz para Portugal quando regressa. A mulher recebe-o a ele e ao menino. Entretanto, os filhos da sua legítima esposa já estão casados. O homem dedica-se à lavoura e o menino ajudava o pai, pastando ovelhas e cabras.
A "pedra da paciência"
Um dia a Nossa Senhora apareceu ao menino, dizendo-lhe para vir a Castelo de Vide e procurasse a Pedra da Paciência. Esta Pedra da Paciência era um muro junto à igreja, constituído por uma pedra inteira, onde se sentavam os lavradores para conversarem. O Sr. Padre Albano, mandou retirar esse muro e mandou lá colocar uma grade. Junto a essa pedra ele encontraria uns homens com grandes chapéus pretos. A eles tinha que dizer para construírem uma ermida no local onde Nossa Senhora apareceu. O menino assim fez. Ninguém o acreditou e ainda por cima chamaram-lhe preto. Recolheram-no e chamaram o pai para o levar.
Nossa Senhora apareceu novamente ao miúdo, pedindo-lhe para que voltasse a insistir junto dos tais homens, garantindo-lhe que desta vez os homens dos chapéus pretos não lhe iam chamar preto e aceitariam o seu pedido.
O menino voltou a Castelo de Vide, falou com os lavradores, contando o pedido de Nossa Senhora e enquanto ia falando transformou-se num menino branco. Pasmados com tal acontecimento que consideraram um milagre, lá foram construir a ermida no local indicado pelo menino preto que passou a branco”. © NCV

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