14 de março de 2021

Manuel Joaquim Amador Coelho (1945-2021): memórias de um percurso profissional e de vida

                          Fotos © D.R./NCV

Fotos © D.R./NCV
Manuel Joaquim Amador Coelho, natural de Castelo de Vide, estudou Ciências Sociais e Políticas no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, obteve o grau de Bacharel em História (3 anos) e de Licenciado em História Contemporânea (5 anos) pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.
Auditor de Defesa Nacional, com o respetivo curso para Altos Funcionários do Instituto de Defesa Nacional (CDN 97/98), tendo ainda o Curso de Doutoramento em Relações Internacionais da Universidade Lusíada de Lisboa.
Foi oficial do quadro de complemento da Força Aérea Portuguesa, tendo feito comissão de serviço em Moçambique.
Foi Secretário-Geral do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa (1976/1979).
Foi Alto Funcionário e Quadro Dirigente dos Serviços de Cooperação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo ingressado na carreira técnico-superior em 1980.
Nos anos de 1980, 1981 e 1982 foi Adjunto do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros no VI, VII e VIII Governos Constitucionais, tendo assessorado em matéria de assuntos africanos o próprio gabinete do ministro.
Nos vinte anos seguintes, ao serviço do MNE participou em Comissões Mistas com todos os países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Brasil e Timor, participou em numerosas reuniões bilaterais com países em desenvolvimento e integrou com regularidade delegações nacionais múltiplas em diversas reuniões no âmbito das Nações Unidas (em especial nas sessões da Primavera e do Outono), União Europeia, Banco Mundial, Organização da Cooperação para o Desenvolvimento Económico, Comunidade de Países de Língua Portuguesa e Cimeiras Ibero-Americanas.
Participou no Seminário sobre “Relações entre Portugal e os Países de Língua Oficial Portuguesa”, realizado na Fundação Gulbenkian pelo Instituto de Ciências Sociais, em 1985, tendo proferido a comunicação “A Cooperação Económica do Estado”.
Foi conferencista aquando da deslocação da delegação portuguesa a Viena de Áustria para o XI Congresso do Centro Europeu da Empresa Pública, 1987, tendo proferido intervenção subordinada ao tema “Portugal -CEE-África Lusófona.
Foi conferencista no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea, onde apresentou a comunicação “Panorâmica da Cooperação Portuguesa”, 1988.
A partir dos anos noventa passa a assumir a chefia dos serviços multilaterais da Cooperação com especial incidência nas áreas que relevam à C.P.L.P. e Cimeiras Ibero-Americanas.
Simultaneamente às funções desempenhadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros, no ano letivo de 1990/91, inicia a sua atividade universitária, como Assistente , tendo sido provido em 1993 a Professor Auxiliar Convidado, de Relações Internacionais e de Estudos do Desenvolvimento da Universidade Moderna de Lisboa, ministrando a cadeira de “Cooperação Internacional” e o Seminário do 4.º ano sobre “Portugal na Geopolítica do Desenvolvimento“, ao 3.º e 4.º ano da licenciatura em Gestão do Desenvolvimento e Cooperação Internacional, tendo mais tarde passado a lecionar as cadeiras de “História Económica e Social” e “História Contemporânea” respetivamente das licenciaturas de “ Gestão “ e “Estudos Europeus e Internacionais”.
Entre 1992/93 e 2001/02 exerce também funções como coordenador e orientador de Estágios Curriculares de Licenciatura e, na qualidade de docente do Departamento de Ciências Sociais e Políticas, integra a partir de 1998 o Conselho Pedagógico da Universidade, tendo sido seu Vice-Presidente até 2008.
Foi Presidente do Centro Internacional Cooperação para o Desenvolvimento (ONGD) .
Foi Sócio Efetivo da Sociedade de Geografia de Lisboa, tendo integrado a sua Comissão de Relações Internacionais.
Foi agraciado com a Cruz de Mérito da Ordem “pró Mérito Melitensi”, da Ordem Soberana e Militar de Malta.
Recebeu ainda dois louvores do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros pelas funções desempenhadas durante o Vll e VIII Governos Constitucionais.
Ao longo da sua vida profissional publicou vários ensaios e artigos no jornal “África”, na revista “Democracia e Liberdade “, na revista “África Lusófona”, no semanário “Tempo”, nas publicações da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto de Defesa Nacional.
Maria Teixeira

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