A Sé Catedral de Portalegre abriu as suas portas na passada terça-feira dia 15 de Fevereiro para permitir que – numa “visita aberta” de uma hora – os participantes pudessem conhecer in loco os diversificados trabalhos de requalificação que se encontram em curso.
Precisamente passado um ano sobre a data de assinatura do auto de consignação da empreitada das obras de reabilitação em curso que são comparticipadas pelo FEDER a 85%, sendo a contrapartida nacional (15%) assegurada pela Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
Segundo o Deão do Cabido, Bonifácio Bernardo, ”a reabilitação atual abarca o edificado (catedral, claustros e anexo) e também o seu notável “recheio” maneirista (retábulos dos altares), esculturas ou imagens, pinturas ou quadros isolados, azulejaria, paramenteiros etc.”.
Atrasos devido a achados arqueológicos
“Há atrasos, devido a achados arqueológicos e outras situações encontradas em obra, cuja intervenção acabou por ser maior do que o previsto, nomeadamente a cobertura da Sé”, refere a mesma fonte.
Manutenção de coberturas, restauro de rebocos, demolições e construções
“Quanto ao edificado foi executada uma nova estrutura da cobertura da nave central e as restantes coberturas foram alvo de intervenção de revisão e manutenção. Todos os rebocos e trabalhos em argamassas são restaurados. Nos claustros: os lambrins de mármore e as colunas, os pavimentos são trabalhos em curso. Em curso está também a cobertura da sala da grade (que passa a ter duas águas). É construído um edifício adjacente ao claustro, no espaço do antigo cartório paroquial, junto à porta do Sol, cujo edificado foi demolido. Houve demolições dos edifícios localizados no pátio poente (espaço dos W.C. e dos arrumos)”.
Restauro dos retábulos maneiristas de oito altares
Fotos © DPCB/NCV |
“Relativamente ao móvel e integrado é de salientar: o restauro dos retábulos maneiristas de oito altares: capela-mor, do Santíssimo, de S. Pedro, das Chagas e de S. Mauro (já intervencionados); do Santo Nome de Jesus, da Srª da Luz, Senhora do Carmo, S. Crispim e S. Crispiniano (em curso). Já foi intervencionado o altar de Stº António (talha) e em breve será o de S. Jorge (talha). Resta o altar de Stª Catarina de Sena (alvenaria). Em atelier, estão a ser tratadas 90 esculturas ou imagens, bem como pinturas isoladas e outras peças de valor. Nos claustros, está a decorrer a intervenção na capela de S. Tiago”.
Descobertas pinturas murais “até agora cobertas com cal”
“Importa realçar que, feitas janelas de sondagem, pôde-se descobrir a existência de pinturas murais extraordinárias, em todas as capelas, até agora cobertas com cal: algumas datam do tempo da construção da Catedral (meados do século XVI, início do sécº XVII) e outras são posteriores (finais do sécº XVIII).
Tratamento ou restauro da azulejaria
“Outro campo relevante diz respeito ao tratamento ou restauro da azulejaria. Foram tratados os azulejos nos lados da entrada principal da Sé, do baptistério, dos dois guarda-ventos laterais, das capelas do Santíssimo e de S. Pedro, da entrada para a sacristia principal, das escadas para o piso superior dos Claustros. Os azulejos que cobrem as paredes da sacristia principal serão também tratados. Serão colocados azulejos à entrada dos claustros pela porta do Sol, depois de removidos os existentes”.
Restauro dos paramenteiros
Finalmente, “está em curso o restauro de alguns móveis, nomeadamente os paramenteiros da sacristia principal, os dois armários grandes hoje colocados na sala 3 do Cabido, o paramenteiro da sala 2 do mesmo”.
Por outro lado, “será lançado o concurso do mobiliário litúrgico (peças novas): cadeiral da presidência, mesa de altar e ambão em mármore (capela mor), altar e ambão em madeira (capela do Santíssimo), bancada da nave central (52 bancos e 8 genuflexórios) e da capela do Santíssimo (6 bancos)”. © NCV
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