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“A Sacada” (1982-1984) foi um “folheto de ação formativa e informativa da OGIVA (Associação para o Defesa do Património Histórico-Cultural-Natural do concelho de Castelo de Vide) que começou a publicar-se em Abril de 1982.
Na sua redação e composição surgiam José Rui Marmelo Rabaça e José João Narciso Martins. Entre os seus colaboradores contam-se Adolfo Bugalho, Rui Jorge Martins, Mário Rainho, Pedro Rabaça, Deolinda Santos, Gertrudes Pernes, João Magusto, Jorge Aguiar, Gracinda Palmeiro, F. Margarido, Amadeu Miranda, Lucília Meira, Ana Maria Roque, Jorgelina Pereira, João Martins e Carlos Abafa.
Existiu até ao nº 23, de Março/Abril de 1984, Alguns números tiveram suplementos, como foi o caso de um sobre Mouzinho da Silveira (nº 23). © NCV
“Inferimos o porquê de em determinado momento alguém se dispor a escrever sobre o nosso trabalho. Não é casuístico, muito menos – no caso presente - motivado por interesses pessoais, familiares ou profissionais. Ainda que nas nossas “freguesias” não se valorize e aceite que os vizinhos possam de alguma forma sobressair nos seus desempenhos e faculdades intrínsecas, postas ao serviço da comunidade onde residem, há, todavia, gente consciente e sincera que sabe reconhecer a vontade e o mérito. Nesta ocasião que relato, o realce – em editorial - surge de um meio de comunicação social que foi publicado em Castelo de Vide entre os anos de 1982 e 1984. Falamos de “A SACADA – folheto de ação formativa e informativa da OGIVA (Associação para o Defesa do Património Histórico-Cultural-Natural do concelho de Castelo de Vide)”. Esta Associação teve Escritura a 23 de Julho de 1982 no Cartório Notarial de Castelo de Vide (foram outorgantes José João Narciso Martins, Luísa da Conceição Branquinho Meira, Ana Maria Barrigas Roque, Maria Francisca Videira Caldeira e José Rui Marmelo Rabaça) tendo o seu Regulamento sido publicado no DR, III Série – nº. 206, a 06/09/1982, assim como passada Certidão do Governo Civil de Portalegre, datada de 13/09/1983, do Registo de Associações do Distrito (ano de 1982, com o número 24).
Num período em que Castelo de Vide não possuía jornal eis que surge “A Sacada” que, em boa hora, veio colmatar essa lacuna numa terra com muitas tradições na área da informação escrita. Quem viveu esses tempos recorda-se bem das dificuldades que esta Associação tinha para, periodicamente, conseguir publicar os folhetos informativos. Em base de muita vontade, carolice, empenhamento, disponibilidade e trabalho a equipa lá ia conseguindo levar informação aos leitores. Era vê-los em qualquer lado a fazer entrevistas, em que os desenhos, a batida de textos, composição, paginação e impressão tinham lugar na Câmara Municipal. Dado que nesse período eu trabalhava no edifício-sede da Câmara Municipal pude ajudar na impressão de vários números em off-set. Em jeito de curiosidade dizer que nunca ficávamos contentes com o resultado final – a desculpa era o equipamento/maquinaria. E quando resolvemos imprimir a preto e a vermelho!?. Mais problemas. Tudo era conseguido de uma forma muito artesanal mas apaixonada. Lembro-me que os leitores cresciam de mês para mês tal era o interesse demonstrado pelas notícias da terra (leia-se Castelo de Vide e Póvoa e Meadas). Essa equipa também soube agrupar pessoas de várias gerações o que significou uma mais-valia com a irreverência e força dos mais novos (Ana Roque, João Martins, José Rui Rabaça só para citar alguns) aliado à experiência, maturidade e saber dos mais velhos (Luísa Meira, Mário Rainho, Eduardo Valhelhas entre outros) e, cada qual, oriundo ou vocacionado por distintas áreas de estudo e trabalho. Além dos indicados, muitas outras pessoas foram colaboradores deste modesto mas importante projeto, cuja “alma” foi o referido J. João Martins.
A redação de “A Sacada” deu-nos a honra – Grupo de Arqueologia de Castelo de Vide – de ser notícia de 1ª. página do número 9 (Janeiro de 83) o que nos surpreendeu pela positiva e, ao mesmo tempo, nos criava mais responsabilidade. O assunto não se esgotava aqui. Muitas foram as notícias sobre a arqueologia concelhia que figuraram nas páginas desses folhetos. Modestamente, aponto que estas duas agremiações ainda imberbes em 1983 (criadas em 1981 e 1982) tinham firmes e comuns propósitos no que se relacionava com o Estudo, Defesa e Divulgação do Património Histórico e Arqueológico do Concelho. Muito foi conseguido.
O valor de qualquer localidade advém daquilo que ao longo dos tempos a comunidade soube construir, partilhar e divulgar, o seu legado cole tivo, a sua identidade e diferenciação, o trabalho, inteligência e capacidade das suas gentes…
Assim, Castelo de Vide muito deve a estas pessoas. Saibamos respeitar, valorizar e perpetuar o seu esforço”.
J. Magusto
(in Facebook, Janeiro de 2023)
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