26 de março de 2023

António Pita considera que a descoberta eventual de uma “mikvah” junto à Sinagoga ”terá importância extraordinária para o património judaico em Portugal"

Fotos © A. Manso/CMCV/NCV

Para o Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, António Pita, “a confirmar-se, a descoberta de uma “mikvah” junto à Sinagoga de Castelo de Vide terá uma importância extraordinária para o património judaico em Portugal” (ver notícias AQUI). E promete que, se assim for, o espaço será “musealizado e visitável” complementando a Sinagoga Medieval.
Depois de o ter feito de forma sucinta e cautelosa na última reunião do Executivo Municipal, o autarca refere-se assim publicamente pela segunda vez a esta situação que deu lugar a uma segunda suspensão das obras de requalificação de um imóvel na Rua da Judiaria frente ao Museu da Sinagoga ou Sinagoga Medieval de Castelo de Vide.
Reunião “in loco” sobre “nova abordagem” e estudos

Fotos © A. Manso/CMCV/NCV


A situação deu azo esta semana a que “tivesse ocorrido uma reunião no local, onde para além da Câmara Municipal estiveram presentes o empreiteiro que tomou a obra, a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA), a referida empresa Arqueo-Estudos - Investigação Arqueológica, Lda no sentido de se encontrarem as soluções adequadas face a esta nova realidade”.
António Pita divulgou ter transmitido aos técnicos da DRCA que “perante a situação descrita serão dadas instruções aos arquitetos e engenheiros envolvidos para se efetuar uma nova abordagem e os estudos necessários para que o espaço venha a ser musealizado e visitável, enriquecendo e complementando a Sinagoga Medieval”.
Uma descoberta desta importância já está também “a merecer o devido interesse”, nomeadamente por parte da RTP1 ( programa “Portugal em direto”).
As “evidências muito fortes” relatadas por António Pita
Fotos © A. Manso/CMCV/NCV
Recorda-se que durante as obras neste “imóvel histórico”, com acompanhamento arqueológico de empresa especializada e da Secção de Arqueologia da Câmara Municipal, foram identificados “estígios que levaram de imediato à realização de uma escavação, da qual resultou a descoberta de um tanque bastante singular presumivelmente identificado como um antigo “mikvah”.
“Durante décadas tem permanecido entre nós a interrogação sobre a inexistência de um local relacionado com a prática judaica da purificação espiritual através da imersão do corpo em água, geralmente praticada pela mulher judia após a menstruação ou aquando do nascimento de um filho, local este obrigatório nas antigas judiarias”, refere o autarca.
“A localização deste tanque na Rua da Judiaria, defronte da Sinagoga Medieval, as caraterísticas da estrutura e a sua compartimentação, assim como considerando a descoberta de vários alfinetes de cabelo de mulher, conjuntamente com numismas de D. Afonso V (1432-1481), são evidências muito fortes que nos levam a admitir a enorme probabilidade de se tratar do antigo espaço para os banhos rituais judaicos”, adianta António Pita. © NCV

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