31 de julho de 2011

Educação para a saúde: “Um grande obrigada”


Com a saída dos resultados dos exames nacionais, o ano lectivo já chegou ao fim para a maioria dos alunos das escolas de Portugal. O calor aperta e é hora de retemperar energias. Respira-se já no ar o sabor a férias e aspira-se a uma piscina; uma praia; uma bebida fresca, numa esplanada ao final da tarde ou quem sabe!
No entanto, a calmaria das fachadas das escolas contrasta e faz inveja a quem está lá dentro. Entre portas assiste-se ao frenesim das actas; das pautas; das matrículas, enfim. Os professores cruzam-se nos corredores com as pilhas de papel dos Decretos e dos relatórios, enquanto outros suam horas numa sala onde decorre mais uma reunião. Alguns mantêm-se ocupados com a preparação das aulas dos alunos mais velhos, que ainda irão decorrer até ao final de Julho, ou com as exaustivas correcções dos seus trabalhos. Outros suspiram, a braços com mais uma distribuição de serviço que parece teimar em não chegar ao fim, ansiando pelo tão esperado descanso das férias.
É assim a Escola no final do ano lectivo: serena por fora, mas muito agitada e nervosa por dentro.
Foi precisamente no meio desta azáfama, tentando encontrar a inspiração certa para redigir mais um relatório de actividades, que assolaram ao meu pensamento as caras de algumas pessoas, exteriores à escola, que por aqui passaram. Anónimas, descomprometidas, mas de coração aberto para dar alma, gratuitamente, a mais um projecto. Para alimentarem mais uma actividade e servirem aqueles que moram no pensamento e preocupações dos professores, os alunos. Falo, neste caso específico, das pessoas que colaboraram comigo na dinamização das actividades do Projecto de Educação para a Saúde, o qual sou incumbida de coordenar já há mais de três anos.
Para quem não sabe, desde 2005, altura em que foi aprovado o Programa Nacional de Saúde Escolar, ficou deliberado que a Educação para a Saúde deveria ser considerada obrigatória em todos os estabelecimentos de ensino, passando o Ministério da Educação a designar as seguintes áreas como prioritárias: Alimentação e actividade Física; Consumo de substâncias Psicoactivas; Sexualidade e Infecções Sexualmente Transmissíveis e Saúde mental/ violência. Há três anos atrás, em Junho de 2009, a Assembleia da Republica Portuguesa aprova uma nova Lei, que dispõe a obrigatoriedade da existência de programas regulares de educação sexual nas escolas em todos os níveis de ensino, com conteúdos e tempos obrigatórios de cumprir.
Tudo isto impôs um esforço acrescido para as escolas, que no meio de tantas obrigações, tiveram que se organizar para cumprir todas estas exigências, sem comprometer os currículos normais das disciplinas. Desta forma, os projectos em torno das temáticas da saúde foram tomando forma com subtileza. O cumprimento dos programas e o desenvolvimento dos currículos seguiram o seu curso normal, mas as actividades com os alunos cresceram, acompanhadas de um esforço logístico considerável. Este ano lectivo lutámos contra o constrangimento do corte de verbas e imperou a velha máxima à Portuguesa de tentarem-se fazer omeletas sem ovos.
Foi neste contexto, que contámos com a ajuda preciosa e profissional da Farmácia Freixedas, representada pela nutricionista Inês Tavares, que dinamizou sessões específicas com os alunos de cada turma, em torno da questão da alimentação equilibrada e saudável. Também não podemos esquecer a dentista Holandesa Jessica Swartberg do consultório Dente de Leão, que a troco de uns sorrisos bonitos, se deslocou inúmeras vezes à escola, para ensinar os alunos a escovar correctamente os dentes e para despistar eventuais cáries. Igualmente, é preciso lembrar a disponibilidade da Dra. Sandra Pinto e da Dra. Raquel Calado, da Farmácia Roque, que todos os anos se disponibilizam para fazer acções de sensibilização com os alunos. Também não podemos esquecer o altruísmo e simpatia dos terapeutas do Projecto Homem de Abrantes, assim como dos seus acompanhantes. Por fim, mas não em último, é importante frisar o empenho e disponibilidade dos técnicos do Centro de Saúde de Castelo de Vide, representados pela enfermeira Isabel Carvalho, que, já de há bastante tempo para cá, têm sido incansáveis no apoio prestado à escola e ao Projecto de Educação para a Saúde, intervindo com sessões específicas junto dos alunos do Agrupamento.
Para o ano há mais Educação para a Saúde.
Em Setembro próximo, todas estas pessoas tornarão a colaborar connosco, a troco do nosso reconhecimento e satisfação dos nossos alunos.
A todas elas, que contribuíram para promover comportamentos mais saudáveis e melhor qualidade de vida, nos miúdos e nos graúdos, um grande obrigada.
Ana Cerdeira

1 comentário:

Carla Nascimento disse...

Vida de professor não é fácil...! Todos os meus colegas me perguntam porque fui eu para a GNR tendo uma licenciatura em Ensino. Que tinha os fins de semana todos, que me pagavam mais, que tinha 3 meses de férias, etc. Tenho sempre que responder: pois férias de 3 meses só para os alunos; fins de semana em casa a preparar a semana de aulas ou a corrigir trabalhos e testes, pagar mais só se tivesse um horário completo ou tivesse efectiva, o que nesta altura é muito difícil. Já lá vai o tempo em que um professor era um "LORD" agora é tratado abaixo de cão. Ninguém dá valor ao trabalho de um professor. Só tenho pena, por vezes, em assistir nas notícias o desempenho degradante que certos professores têm com os seus alunos, enquanto há muitos dos que que estão no desemprego à espera de uma oportunidade para poderem dar o melhor aos alunos. Por fim mas não menos importante, é o facto de que certos professores, os bons professores, fazem dos alunos, miúdos melhores e que cresçam com maturidade suficiente para encarar a vida da melhor maneira. Os bons professores não pensam só no ordenado ao fim do mês, mas sim, na formação e educação dos seus alunos. Sim porque o professor não forma apenas. Educa! Infelizmente há pais que não querem saber dos seus filhos e as suas "bases" já não são firmes o suficiente. Lá vai o bom professor educar o pai ou mãe para que não se "perca" um miúdo e um futuro graúdo.