A Câmara de Castelo de Vide, no Alto Alentejo, quer passar a gerir uma área de 25 hectares junto ao paredão da barragem de Póvoa e Meadas para criar um “ecoparque”, revelou esta semana em declarações à Agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide.
Investimento de 500 mil euros
Segundo António Pita, a autarquia espera que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), proprietária do espaço, aceite a proposta para que seja criado um ecoparque, num investimento de 500 mil euros.
"Se não for a Câmara a tratar os 25 hectares de terreno, tenho a certeza absoluta que vão ficar ao abandono", alertou o autarca de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, lembrando que o espaço já esteve sob responsabilidade da EDP.
A iniciativa do Município de Castelo de Vide permitirá ainda abrir caminho à viabilização do regresso do Festival Andanças àquele mesmo espaço.
Ecoparque requalificará a barragem de Póvoa e Meadas
António Pita adiantou à agência Lusa ter já apresentado ao Governo a intenção do Município em gerir o espaço e criar um ecoparque, com centro de interpretação, percursos interpretativos em torno da albufeira, um cais e mobiliário para a prática de desportos aquáticos, um parque de caravanismo, um parque de campismo, um pavilhão multiusos e um restaurante, com bar e cafetaria.
"A barragem só vai ser requalificada no dia em que a Câmara Municipal, por estar próxima, por ser estratégica e ser a principal interessada, fizer a gestão do território. Não tendo essa competência e estando de mãos atadas, não pode fazer nenhuma coisa", sublinhou.
Terrenos onde se realizou o Festival Andanças
O terreno que a câmara quer gerir é o mesmo onde já decorreu, até 2016, o Festival Andanças, que este ano previa regressar ao local, mas a organização cancelou recentemente o evento, alegando que o certame regressará com um "formato adaptado" aos desafios emergentes.
Sobre o Andanças, o autarca disse esperar que continue a ser realizado em Castelo de Vide, tendo já solicitado à organização, a PédeXumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança, uma resposta sobre a continuidade do festival no concelho, até ao dia 15 de Outubro (ver notícia AQUI).
A organização do Festival Andanças tinha anunciado que o certame regressava em Agosto às margens da albufeira de Póvoa e Meadas, onde um incêndio, na tarde de 3 de Agosto de 2016, destruiu total ou parcialmente 458 viaturas estacionadas junto ao recinto.
Ausência dos "pressupostos necessários"
O cancelamento do festival de 2019 foi anunciado no início deste mês, através de um comunicado divulgado na página de Internet da PédeXumbo (ver notícias AQUI e AQUI), que alega não estarem reunidos os "pressupostos necessários" para realizar o evento, inicialmente previsto para o período entre 4 e 10 de Agosto.
"Este regresso tinha como primordial objetivo assegurar que todos os participantes voltassem a desfrutar de um Andanças com duração de sete dias, pleno de entretenimento, com segurança e conforto", referiu a organização.
Contudo, "apesar de todas as diligências realizadas, é neste momento impossível garantir os pressupostos necessários à realização do que projetámos para esta edição", lê-se no documento.
Não existe espaço alternativo à barragem
A organização do festival, que este ano cumpria a sua 24.ª edição, alegou ainda que não existe um espaço alternativo à albufeira de Póvoa e Meadas, situação que torna "inviável" prosseguir com o processo de produção.
"Não existindo atualmente alternativas ao espaço onde estava prevista a realização desta edição, torna-se inviável prosseguir com o processo de produção, não restando outra alternativa à PédeXumbo senão o cancelamento do Festival Andanças 2019", lê-se nesse mesmo comunicado. © NCV
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