Os vereadores do Partido Socialista na Câmara Municipal de Castelo de Vide, Cecília Oliveira e João Diogo Carlos, abstiveram-se na votação do Relatório e Contas de 2021, na reunião de Executivo Municipal que decorreu na passada quarta-feira de manhã.
Aprovado pela maioria PSD, o documento segue agora para aprovação pela Assembleia Municipal que reúne na sexta-feira dia 29 de Abril, pelas 20 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, juntamente com a proposta de aplicação do saldo da conta de gerência no Orçamento Municipal do corrente ano de 2022 que mereceu a unanimidade do Executivo Municipal.
Esta posição política foi fundamentada através de uma declaração de voto, entretanto tornada pública muito crítica em relação ao facto de a maioria PSD “basear o desenvolvimento no dinheiro captado em financiamento para obra, descurando o investimento no setor social, nas oportunidades emergentes, no apoio ao mundo rural, no reforço da economia local, nas condições de vida e, de um modo geral, na formação e valorização dos recursos”.
Os vereadores da oposição sublinham que não se identificam com “a linha política dos últimos 8 anos em que a Câmara é presidida pelo atual Presidente” e advogam “maior agilidade, são precisas novas dinâmicas, mais eficiência e maior celeridade nas decisões políticas e nas formas de fazer”.
Habitação, terceira idade, valorização turística, educação, produtos locais...
A posição política assumida “não coloca de forma alguma em causa o relatório em si, mas sim as opções e prioridades políticas que o mesmo reflete. Para o Partido Socialista continua a ser fundamental que se dê prioridade e que se atue em áreas estruturantes como a habitação acessível e/ou social, o apoio à terceira idade, a criação de um plano estratégico de valorização turística para o Concelho de Castelo de Vide, a elaboração de um plano municipal de educação, a certificação dos produtos locais, entre outras”.
Obras fechadas, vazias sem regulamentos...
“Das obras consideradas no documento (…) a única que se encontra finalizada e a funcionar é a Casa de Cidadania Salgueiro Maia, da qual ainda não sabemos os custos de funcionamento associados”, referem os vereadores do PS. E acrescentam: “a Zona Industrial, embora terminada a obra, encontra-se em fase de loteamento e ainda sem regulamento próprio, para a definição de critérios e captação de investidores. O Centro de Interpretação Garcia d’Orta está fechado. A Casa da Inquisição está fechada. O SPACE continua vazio, sem regulamento aprovado, apesar de ter sido bandeira de campanha em 2017 e 2021”.
Muita obra feita sem benefício para pessoas e economia
Por isso, “apesar de como foi várias vezes referido pelo Sr. Presidente da Câmara, este ter sido o maior orçamento municipal de sempre, do mesmo resultou apenas muita obra feita que, até ao momento, se esgota em si mesma, sem nenhum benefício direto para as pessoas e para a economia local”.
“A boa execução e o potencial impacto das obras”
Cecília Oliveira e João Diogo Carlos reconhecem a “elevada complexidade técnica” do documento “bem organizado” e adiantam que “as taxas de execução da receita e da despesa não são surpreendentes. Seria surpreendente se assim não fosse, uma vez que nos últimos anos as taxas de execução foram bem menos conseguidas. Não podia ser de outra forma, uma vez que a esmagadora maioria do financiamento resulta do quadro comunitário PT2020 que está em fase de fecho. E, portanto, neste campo, reconhecemos a boa execução e o potencial impacto das obras realizadas na vida do Concelho”.
Gestão financeira e impacto na construção civil
“De igual forma, reconhecemos a importância do saldo de gerência transitado para o ano 2021, que permitiu a não contração do empréstimo para a realização das obras, assim como a taxa de endividamento bancário da Câmara Municipal que neste momento é praticamente nula. Há ainda a realçar a dinâmica no setor da construção civil que estas obras têm permitido. Por fim, mas não menos importantes, até porque a pandemia ainda não terminou, são de assinalar as medidas de apoio à comunidade e aos agentes económicos locais no combate à pandemia de Covid-19”. © NCV
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