A 15 de Maio de 1970, morre Jaime Martins Barata, filho do alpalhoeiro José Pedro Barata, homem ligado ao campo, e de Antónia de Jesus Martins, professora de Cardigos a leccionar em Alpalhão. Que quatro anos antes já tinham sido pais de outro personagem fascinante: José Pedro Martins Barata, militar e veterinário, mas principalmente intelectual multifacetado a quem o Património, no sentido mais alargado, de Montalvão e Póvoa e Meadas, tanto deve.
Jaime Martins Barata, nascido na Herdade do Pereiro, então freguesia de Santo António das Areias e hoje da Beirã, onde seu pai era feitor, já foi batizado na Póvoa. Ficando orfão de pai aos cinco anos, segue com a mãe e o irmão para Portalegre e depois para Lisboa. Aí convive com gentes ligadas às artes e ensina Desenho no Liceu Pedro Nunes, voltando aos vinte e quatro anos ao de Portalegre, mas agora como professor. Ao mesmo tempo foi aprimorando a sua arte sempre rigorosa na obediência à veracidade histórica. E que ficou registada em selos, moedas, notas, tapeçarias, painéis, pinturas de grandes dimensões para vários Palácios da Justiça, nos Trípticos da escadaria nobre da Assembleia da República, ou no fresco da igreja da " sua aldeia " - a Póvoa e Meadas.
Fica ainda a nota de ter sido para Martins Barata que Fernando Pessoa declamou em novidade o poema " O menino de sua mãe " o tal que " jaz morto e arrefece" como o nosso pintor, no dia de hoje, há cinquenta anos.
José Caldeira Martins
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